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Prejuízos da escala 6X1 à saúde mental e homenagem ao Sindicato marcam encerramento do 46º Ciclo de Debates

Por Auris Sousa | 01 ago 2025

A categoria atendeu ao chamado do Sindicato e lotou o auditório da sede nesta quinta-feira, 31, para o encerramento do 46º Ciclo de Debates. Os prejuízos que a escala 6X1 causa à saúde física e mental dos trabalhadores e a homenagem feita pela jornalista Marilu Cabañas à entidade marcaram o encontro.

Guilherme Garnica, auditor fiscal chefe da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da SRTE-SP (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego), foi enfático: “escala 6X1 gera estresse emocional. Por isso a importância do Sindicato propor o fim deste tipo de jornada, para a gente humanizar a jornada de trabalho efetivamente”.

Além dos danos à saúde mental, Garnica alertou para os riscos físicos associados às longas jornadas. “Um trabalhador que exerce uma jornada de 12 ou 14 horas fica mais propenso a acidentes. Ele tende a ficar desatento, a perder o reflexo e a se extenuar, ao ponto de se machucar, muitas vezes em máquinas desprotegidas”, explicou.

Saúde mental exige gestão ativa – A jornada excessiva é apenas um dos fatores que podem desencadear transtornos mentais. Segundo Garnica, é papel da empresa adotar uma gestão ativa para identificar sinais de adoecimento. “Com um levantamento mínimo, a empresa pode perceber os sintomas, avaliar os sinais e, muitas vezes, trocar o trabalhador de área. Existem ferramentas fáceis que a empresa pode propor para chegar numa gestão disso”, disse.

Marilu Cabañas homenageia atuação do Sindicato

Durante o evento, a jornalista Marilu Cabañas fez um gesto simbólico ao doar ao Sindicato a Menção Honrosa recebida no 11º Prêmio Vladimir Herzog, em reconhecimento à atuação da entidade na luta contra os acidentes de trabalho.

“É um pedaço do Vlado, é um pedaço do meu pai, é um pedaço meu, é um pedaço do jornalismo atuante, que pensa nos direitos humanos. Penso que não tem lugar melhor para este prêmio ficar que não seja aqui no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região”, enfatizou Marilu Cabañas, emocionada.

O prêmio foi concedido à jornalista em 1989, pelo especial “Acidentes de Trabalho: Uma Vergonha Nacional”, veiculado pela Rádio Bandeirantes. “Obrigado pela confiança e pela honra de nós oferecer este prêmio”, agradeceu o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).

Árvore da Vida – Ao final do encontro, os participantes se reuniram em torno da Árvore da Vida para uma foto coletiva. A obra foi feita pela artista plástica Laura Huzak Andreato, filha do artista visual, compositor e jornalista, Elifas Andreato (in memoriam), em 28 de abril de 2024, durante o Ato e Canto Pela Vida, que lembrou as vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Na ocasião, os participantes puderam deixar a marca de suas mãos na obra.

Agora, os organizadores do Ato e Canto Pela Vida querem fazer a Árvore da Vida chegar até o presidente Luis Inácio Lula da Silva.

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #25