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Os momentos antes da Greve de 68

Por Felipe | 26 jun 2018

A Greve de Osasco  foi deflagrada em 16 de julho de 1968 e se estendeu até o dia 18. Não foi um movimento espontâneo; pelo contrário, foi muito bem articulado pelo nosso Sindicato e grupos como os operários estudantes e a Frente Nacional do Trabalho.

No nosso Sindicato, a Chapa Verde havia implementado uma política que, mais do que assistencialista, buscava mobilizar, incentivando os companheiros a lutar por conquistas cada vez maiores. Companheiros como José Ibrahin, João Joaquim e Manoel Dias do Nascimento estavam entre as lideranças, no Sindicato.

Os efeitos dessa iniciativa foram maiores do que se imaginava. A ideia da diretoria era construir uma greve unificada em novembro, na época da data base. Mas os trabalhadores de Osasco não queriam esperar, depois de tudo o que sofreram. Entre arrocho salarial, acidentes fatais nas fábricas e a repressão da ditadura, a inquietação e a revolta se tornaram incontroláveis. Ainda que houvesse discordâncias entre os diversos grupos que compunham o movimento pró-greve, a decisão foi de parar em julho, acreditando também que o resto do país seguiria o exemplo.

Mas, é bom que se diga, não se faz uma mobilização dessas sem planejamento, e os preparativos para a ocupação da Cobrasma agitaram os dias de calmaria. Além do levantamento de um fundo de greve, ficou também decidido o papel de cada um e a hora em que o famoso apito da fábrica seria tocado.

Naquela manhã de 16 de julho, em que a greve estourou, todos estavam preparados e esperançosos. A greve fora organizada com muita dedicação. O que aconteceria dali para frente, ninguém poderia prever. Mas a cidade – e esse país – nunca mais seriam os mesmos.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07