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Greve de Osasco - 50 anos
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Os mártires da nossa liberdade

Por Felipe | 20 mar 2018

O mês de março também foi, há 50 anos, marcado pela execução de alguém que lutava pela liberdade. No mesmo Rio de Janeiro em que Marielle Franco foi assassinada agora, a polícia matou um jovem estudante chamado Edson Luís com um tiro a queima roupa. E, assim como hoje, a população foi às ruas com seus gritos de dor e revolta, pondo medo no coração dos poderosos.

O golpe civil-militar começou quatro anos antes, em 1964, mas os brasileiros que lutavam pela liberdade resistiram, clamando pela volta da democracia. O povo de Osasco bem sabe disso: apesar da intervenção na prefeitura e nos sindicatos – inclusive nos metalúrgicos -, houve milhares de corajosos que se mantiveram firmes, sem recuar um passo. A classe trabalhadora se organizava cada vez mais, tanto aqui quanto no resto do país, e contava com o apoio marcante dos estudantes.

Quando chegou o fatídico ano de 1968, a ditadura se viu cara a cara com uma sociedade que exigia sua liberdade de volta e decidiu, de acordo com suas práticas criminosas, que se imporia através da força. E assim o fez: em 28 de março, invadiu um restaurante dos estudantes e assassinou o jovem Edson, de apenas 18 anos. O rapaz havia cometido o “crime” imperdoável de incomodar os poderosos, assim como Marielle fez ao denunciar as milícias cariocas e questionar a conduta abusiva de alguns policiais e militares.

Mas os dois nunca estiveram sozinhos. Milhares de pessoas tomaram as ruas do Brasil há 50 anos após a morte do garoto, em várias manifestações seguidas, que somadas às Greves de Osasco e Contagem (MG) se transformaram em ações contra a ditadura e fizeram os militares tremerem. Hoje, os brasileiros saem novamente as ruas para mostrar que Marielle não estava sozinha em sua luta por um futuro melhor.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05