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Organização dos trabalhadores pode barrar impactos da reforma trabalhista

Por Auris Sousa | 27 jul 2017

A reforma trabalhista, junto com a lei que libera a terceirização para todas as atividades das empresas, pode aumentar os casos de acidentes e doenças do trabalho. Mas a organização dos trabalhadores pode barrar os impactos destas mudanças nos direitos, na saúde e segurança dos trabalhadores. Essa foi a análise feita por João Donizete Scaboli, da Força Sindical, durante o encerramento do 38º Ciclo de Debates, que aconteceu nesta quarta-feira, 26, na Subsede de Taboão da Serra.

“Precisamos urgentemente buscar soluções, a terceirização e reformas trabalhistas me preocupam muito, porque os acidentes tendem a aumentar, porque vão precarizar as relações de trabalho. Por isso a importância da mobilização dos trabalhadores junto a seus sindicatos para que isso não ocorra”, enfatizou Scaboli, que também é Membro do Conselho Nacional de Saúde pela Força Sindical.

Um dos pontos da reforma trabalhista criticados pelo dirigente sindical é as mudanças nos intervalos de trabalho. A lei autoriza a jornada de 12 horas de trabalho com 36 de descanso. Além disso, permite que o intervalo para o almoço seja reduzido, de uma hora para 30 minutos. “Quanto menor o tempo de descanso, maiores os riscos de acidentes do trabalho e de adoecimento ocupacional”, alerta Scaboli.

A reforma também afeta as gestantes. A Lei permite a atuação de grávidas e lactantes em local insalubre. “Isso é um absurdo, é revoltante, porque é um atentado a vida: não só da mãe, mas também do bebê. Como o governo pode fazer isso, em vez de melhorar só piora”, destacou uma companheira da Spaal, gravida de quatro meses.

Scaboli também passou informações importantes sobre segurança no local de trabalho, e ressaltou que, diferente do que alguns empregadores pregam, “máquinas velhas podem receber dispositivos de segurança e oferecer toda proteção necessária”. Ele também fez um resgate histórico sobre a evolução da luta pela saúde e segurança no local de trabalho no Brasil, e destacou a importância de Cipas (Comissões Interna de Prevenção de Acidentes) atuantes.

“Queremos fortalecer o papel de vocês, precisamos de uma Cipa atuante e um “Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho atuante. Agora com a terceirização e com a reforma trabalhista nós temos que ficar ainda mais atentos, senão vão acabar com a Cipa e com o Sesmt também”, alertou Scaboli, que lembrou que nesta quinta-feira, 27, é Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18