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Não vamos baixar a cabeça

Por Auris Sousa | 08 mar 2016

O modo escolhido para colher o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, 4, fugiu a qualquer proporção de respeito ao que ele representa e também as regras da Justiça. Tomou-se uma opção de mostrar mando, que acua, constrange e humilha.

Nós, trabalhadores, não podemos nos deixar enganar: as ações sobre Lula são, na verdade, uma forma de tentar varrer o que o projeto popular e suas conquistas representam. É uma forma de combater qualquer possibilidade deste projeto prosperar. Atacar Lula é atacar o maior símbolo nacional dos pobres deste país. Deixa claro qual será o próximo passo: a perseguição à organização dos trabalhadores e suas conquistas, os direitos que nos fortalecem, as lutas dos movimentos social e sindical. A direita nunca nos quis no poder.

Desde as eleições de 2014, vimos assistindo a dilapidação das conquistas acumuladas desde o primeiro mandato de Lula. Importantes medidas que poderiam colaborar com a superação da crise econômica ficam congeladas no Congresso devido à crise política, que, assim, alavanca o desemprego, a queda na renda, a volta da inflação. Estes, somado a luta contra o mosquito Aedes aegypt, são problemas que preocupam e ameaçam os brasileiros.

Esses problemas demandam unidade da nossa população, inclusive para cobrar as autoridades. Mas, ao contrário, incita-se o ódio, uma divisão que só serve a manutenção do poder nas mãos dos poucos que sempre mandaram e oprimiram a maioria, nós, trabalhadores. É a reedição do jogo que, em 1964, desembocou num golpe que retirou direitos por 21 anos.

Compartilhamos da ansiedade de todos os brasileiros de que as investigações sejam profundas e não seletivas, mas não podemos concordar com a tentativa de calar uma das vozes históricas de defesa dos interesses dos trabalhadores. Não, companheiro Lula, não vamos baixar nossas cabeças! Vamos à luta, pela Verdade, pelo Brasil!

Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18