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“Não aceitamos que partido político nenhum se aproveite dessa crise para dar golpe no país”, afirma bispo da CNBB

Por Cristiane Alves | 22 mar 2016

O momento da política nacional exige a reflexão e a atenção de todos os brasileiros para que não haja pré-julgamentos, crise institucional e para que não aceitemos a perda de direitos democráticos. Essa é a preocupação do nosso Sindicato e também de duas importantes entidades, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e a OEA (Organização dos Estados Americanos).

Diretoria do Sindicato levou a sua força à Av. Paulista para fortalecer protesto pela Democracia

Diretoria do Sindicato levou a sua força à Av. Paulista para fortalecer protesto pela Democracia

No domingo, 20, Dom Ailton Menegussi, da Diocese de Cratéus (CE), aproveitou o sermão na missa de ramos, na cidade de Tauá, para convidar os fiéis à reflexão. “É claro que nenhum bispo do Brasil concorda com corrupção e nós apoiamos que as investigações sejam feitas. Queremos que as denúncias sejam apuradas e que, uma vez provadas, que se puna os culpados”, afirmou.

O bispo ainda reforçou que as investigações precisam ser abrangentes e que a entidade não aceita golpe. “Não aceitamos que partido político nenhum se aproveite dessa crise para dar golpe no país. Nós não queremos trocar de governo simplesmente, nós queremos que o país seja respeitado, que o cidadão brasileiro seja respeitado. É isso que quer a CNBB”, esclareceu.

Foi o mesmo raciocínio do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que, em nota divulgada na sexta-feira, 18, defendeu as investigações da operação Lava Jato e, ao mesmo tempo, o mandato da presidenta Dilma Rousseff: “seu mandato constitucional deve ser garantido, de acordo com a Constituição e as leis, por todos os poderes do governo e todas as instituições do país, e qualquer deterioração da sua autoridade deve ser evitada, de onde quer que venha”, afirmou.

De forma indireta, a OEA fez críticas a participação do Judiciário nas investigações da Lava Jato. “Nenhum magistrado está acima da lei, que deve aplicar, e da Constituição, que dá garantias ao seu trabalho. A democracia não pode ser vítima do oportunismo, mas deve ser sustentada pelo poder das ideias e da ética”.

Manifestações reafirmam preocupação com a democracia

A preocupação da OEA e da CNBB é a mesma dos mais de 1 milhão de manifestantes que foram à Av. Paulista na sexta-feira, 18, e em 24 cidades país afora.

A diretoria do nosso Sindicato foi à Av. Paulista e se somou às várias forças que manifestaram sua preocupação com os rumos da crise política, em que vazamentos levam a pré-julgamentos, que criam um clima de rivalidade entre a população. Além do próprio processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff não estar fundamentado na Constituição.

Por isso, a principal palavra de ordem dos trabalhadores que foram às ruas na sexta-feira foram “Não vai ter Golpe” e, nas redes sociais, a hashtag #VemPraDemocracia deixou claro o que queremos.

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18