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Música e Trabalho: Miséria (Titãs)

Por Auris Sousa | 30 out 2020

A miséria é universal e se normalizou no sistema capitalista. Os ricos se diferenciam, mas a miséria é o avesso do esperanto, que busca a união pela paz. Na música dos Titãs, a miséria une pelo desespero, seja “índio, mulato, preto, branco”, “Fracos, doentes, aflitos, carentes”, são, em todo o mundo, nivelados pela miséria.

É um argumento realista, de classe, contrário ao argumento identitário, que segmenta a luta social em grupos com interesses e demandas específicas.

Vale destacar a participação da dupla Mauro e Quitéria que introduzem a música. Eles costumavam cantar nas praias do Recife e foram descobertos pelos integrantes da banda. São a cara da cultura brasileira.

Letra:

Miséria

(Composição: Sergio Brito/1989)

Intérprete: Titãs

Miséria é miséria em qualquer canto

Riquezas são diferentes

Índio, mulato, preto, branco

Miséria é miséria em qualquer canto

Riquezas são diferentes

Miséria é miséria em qualquer canto

Filhos, amigos, amantes, parentes

Riquezas são diferentes

Ninguém sabe falar esperanto

Miséria é miséria em qualquer canto

Todos sabem usar os dentes

Riquezas são diferentes

Miséria é miséria em qualquer canto

Riquezas são diferentes

Miséria é miséria em qualquer canto

Fracos, doentes, aflitos, carentes

Riquezas são diferentes

O Sol não causa mais espanto

Miséria é miséria em qualquer canto

Cores, raças, castas, crenças

Riquezas são diferenças

A morte não causa mais espanto

O Sol não causa mais espanto

A morte não causa mais espanto

O Sol não causa mais espanto

Miséria é miséria em qualquer canto

Riquezas são diferentes

Cores, raças, castas, crenças

Riquezas são diferenças

Índio, mulato, preto, branco

Filhos, amigos, amantes, parentes

Fracos, doentes, aflitos, carentes

Cores, raças, castas, crenças

Em qualquer canto miséria

Riquezas são miséria

Em qualquer canto miséria

Fonte: Centro de Memória Sindical

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18