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MPT vai recorrer de decisão da Justiça que negou vínculo empregatício entre entregadores e iFood

Por Auris Sousa | 29 jan 2020

O MPT (Ministério Público do Trabalho) informou que vai recorrer de decisão da Justiça que negou vínculo empregatício entre entregadores e o iFood. O anuncio foi feito por meio de nota divulgada à imprensa, na terça-feira, 28. 

O Órgão informou que “a tese defendida no processo está robustamente firmada em relatório de fiscalização e autos de infração lavradas pelo Ministério da Economia, diligências ministeriais, depoimentos e provas produzidas em juízo. Desta forma, irá recorrer da decisão”, explicou na nota.

 

Justiça do Trabalho dá aval para o crescimento da precarização nas relações de trabalho

A Justiça do Trabalho, por sua vez, considerou improcedente o pedido de reconhecimento de vínculo empregatício. “Com a tecnologia e outros fatores sociais evoluímos para uma sociedade plural, multifacetada, com interesses muito variados e compostas por indivíduos com anseios igualmente variados”, diz a decisão.

Em nota ao Jornal Folha de São Paulo, Fabricio Bloisi, presidente do iFood, comemorou a decisão da juíza.

“Celebramos essa decisão histórica no país e no mundo que preserva o direito de profissionais optarem por atuar de forma flexível e destaca que a economia está mudando com as novas tecnologias —temos que pensar juntos em como criar leis modernas que, ao mesmo tempo, gerem a estes profissionais renda, oportunidade e bem-estar, trazendo crescimento e desenvolvimento econômico ao nosso país— este é o futuro”.

Avanço na precarização

Com o aval da reforma trabalhista, a precarização do trabalho tem avançado por todo Brasil e ganhado força com o crescente surgimentos dos aplicativos, como Uber e iFood, que se tornaram símbolo dos empregos temporários e mal-remunerados.

As desvantagens não são apenas no bolso, mas também na qualidade de vida e saúde. No ano passado, a morte de um entregador da Rappi ganhou uma grande repercussão na imprensa e nas redes sociais.  O trabalhador passou mal durante a entrega e, sem ser socorrido a tempo, morreu ali mesmo. Apesar da cliente e amigos delas terem acionado o Samu e o Corpo de Bombeiros.

Para o jornal Folha de São Paulo, a cliente informou que, quando ainda estava consciente, o trabalhador entregou seu celular e pediu que ela avisasse o Rappi que estava passando mal e não faria as próximas entregas programadas.

Assim ela fez. E recebeu a seguinte orientação. “Entramos em contato com a Rappi que, sem qualquer sensibilidade, nos pediu para que déssemos baixa no pedido para que eles conseguissem avisar os próximos clientes que não receberiam seus produtos no horário previsto”, disse.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07