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Mais de 100% das vagas da Lei de Cotas estão preenchidas nas metalúrgicas de Osasco

Por Correio Paulista | 18 fev 2016

Apesar da crise econômica, a contratação de pessoas com deficiência ainda é digna de reconhecimento nas metalúrgicas de Osasco e região. Ao todo, 104,6% das vagas geradas pela Lei de Cotas (Lei 8.213/91) estavam preenchidas até dezembro de 2015. É o que mostra a 10ª Pesquisa sobre Trabalhadores com Deficiência no Setor Metalúrgico, divulgada nesta quinta-feira, 18, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.

A pesquisa tem como base questionários respondidos pelas metalúrgicas situadas nos 12 municípios da base territorial do Sindicato. Ela também aponta que o setor de autopeças foi o que mais se destacou com o índice de contratação de 111,6%. Já em relação as empresas, 58,1% delas cumpriram integralmente, enquanto que 3,5% não contratava ninguém.

Para o vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente, a pesquisa é uma resposta para as desculpas dadas por empresas que ainda não cumprem a Lei. “De cada dez empresas, seis estão cumprindo a Lei de Cotas. Isso comprova mais uma vez que a contratação de pessoas com deficiência é possível”, avalia Clemente.

Em se tratando da contratação por municípios da região, as metalúrgicas de Barueri foram as que mais se destacaram no cumprimento da Lei, ao ultrapassar 131,3% das contratações exigidas pela legislação. Entretanto, outros municípios também superaram as exigências legais: Cotia (126,7%), Santana/Pirapora (112,1%), Jandira/Carapicuíba (109,1%), Taboão da Serra (106,5%), Vargem Grande (105,4%), Osasco (104,7%).

Apesar dos avanços, não se pode negar que a crise também prejudicou o potencial da Lei de Cotas. Isso porque em 2015 houve diminuição de 13,1% do número de metalúrgicas obrigadas a cumprir a Lei na base do Sindicato: 16 empresas que constavam no estudo de 2014, quando 98,9% das vagas para pessoas com deficiências estavam preenchidas, não estavam mais entre as obrigadas a cumprirem a legislação. Dessas, 14 passaram a ter menos de cem funcionários, uma encerrou as atividades e a outra foi transferida para outro município.

Durante a divulgação, o presidente do Sindicato, Jorge Nazareno, externou preocupação ao artigo de Almir Pazzianotto Pinto, ex-ministro do Trabalho, publicado em 16 de fevereiro no jornal O Estado de São Paulo sobre a obrigação das empresas de cumprirem a Lei de Cotas. “Almir Pazzianotto tratou as empresas como inocentes. Não dá para tratar desta maneira, o país está caminhando para uma situação de conviver e saber lidar com a democracia, e a lei de cotas é uma forma de reparar as injustiças que o pais cometeu [a essas pessoas], isso é dever do Estado, mas se for deixar pela simples espontaneidade das pessoas e empresas fazerem, dificilmente isso vai acontecer”, enfatizou Jorge. [Fonte: Correio Paulista

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18