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Inclusão já é realidade, mas a luta pelo cumprimento da Lei de Cotas deve ser permanente, mostra live Sindmetal

Por Auris Sousa | 10 jul 2020

A Live Sindmetal desta quinta-feira, 9, mostrou grandes avanços da Lei de Cotas, e que, sim, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é possível. Mas que, os desafios a serem vencidos ainda são grandes e requerem trabalho e esforço permanentes e redobrados, sobretudo pós a pandemia

Criada há 29 anos, a Lei de Cotas contribuiu para que muitas empresas mudassem o olhar sobre a capacitação, a profissionalização, de pessoas com deficiência. E, mais do que isso, permitiu a realização pessoal de milhares de pessoas com deficiência. Foi o que Maria de Fátima e Silva, coordenadora do Coexistir/Sincovaga, e José Carlos do Carmo (Kal), que é coordenador da Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência, destacaram durante a Live Sindmetal.

Live Sindmetal sobre a lei de Cotas reuniu diversas pessoas para debater sobre os avanços e desafios da luta pela inclusão

“A convivência com outras pessoas a realização de sonhos, a possibilidade de fazer amigos. O trabalho tem o papel fundamental na vida de todos. A lei de cotas trouxe a estas pessoas a possibilidade de estar na sociedade, de provar o seu potencial, de exercer as suas capacidades. A gente viu muita gente evoluir neste tempo em que trabalhamos com a Lei de Cotas. Eu mesmo tive a oportunidade de conviver com pessoas que estavam no ensino médio e anos depois já tinham concluído o seu ensino universitário, já tinham evoluído na carreira e já tinha comprado a sua casa. É isso que estamos falando: estamos falando de cidadania”, explicou Fátima.

A Lei também abriu os olhos de muita gente para importância de respeitar os direitos de todos e motivou tantas outras a lutar em defesa destes direitos, algumas destas pessoas também participaram da Live, por meio do chat, e compartilharam também a suas observações e trajetória de luta, de conquista e de desafios pela inclusão,

Entre os desafios, Kal disse que existe diversas barreiras, como a falta de acessibilidade urbana, e desculpas ditas por empresas para não contratar, como: “Empresas alegam dificuldades quem muitas vezes, não tem respaldo na realidade, como dizer que pessoas com deficiência não têm escolaridade suficiente, o que vai contra ao dados divulgados pelo IBGE”, disse. No entanto, Kal destacou “a principal barreira é a do preconceito, que as pessoas com deficiente têm que enfrentar”.

Apesar dos desafios, os ganhos são enormes, e Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania e diretor do Sindicato, destacou os obtidos no setor metalúrgico da região de Osasco. “Derrubamos barreiras, inclusive no Sindicato. Já tem muitas metalúrgicas que contratam além do exigido pela Lei de Cotas, mas a luta é diária, é uma luta que estamos sempre aprendendo”, ressaltou.

Se há avanços significativos, há ainda desafios que impulsionam ainda mais a diretoria na luta pela inclusão: “algumas empresas, 6%, que não contratam ninguém com deficiência. Uma delas, foi uma que, no início das multas da Lei de Cota, foi multada em 2003 e até hoje não aprendeu. Esta é uma luta que vai ficar cada vez maior no setor metalúrgico”, reforçou Clemente.

Para isso, organizar os trabalhadores com e sem deficiência neste em todas as outras lutas em defesa dos direitos é uma das bandeiras de luta do Sindicato. “Nada sobre nós sem nós”, Marcel Simões, diretor do Sindicato, usou o lema dos militantes da inclusão, para ressaltar que “é fundamental que o trabalhador sem ou com deficiência participe da luta em defesa de todos os trabalhadores”.

A Live também destacou a última vitória na luta pela inclusão: a garantia no emprego para os trabalhadores durante a pandemia. Prevista na Lei 14.020, desde o dia 7 julho, a Lei veta demissão destes trabalhadores, independente do número de funcionários que a empesa tenha.

Assista à live na íntegra, com a participação também de Leandro Vital, interprete de Libras que faz parte da equipe do Espaço da Cidadania:

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18