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“Fiquei muito triste vendo esse movimento na Paulista”, admite Rossi

Por Auris Sousa | 20 nov 2014

Apesar de ter defendido a intervenção militar em 1964, hoje Rossi reconhece que é a democracia o melhor caminho. “Fiquei muito triste vendo esse movimento na Paulista. Gente ostentando cartazes pedindo a interversão militar, não estamos vivendo numa república de banana”, admitiu Francisco Rossi durante depoimento à Subcomissão Entidades Civis da Comissão Municipal da Verdade de Osasco. O encontro aconteceu em 5 de novembro na Câmara de Osasco.

Rossi disse que é contra manifestações que pedem o retorno da ditadura no país

A avaliação foi feita em referência ao ato realizado no sábado, 1º, na Av. Paulista que reuniu partidários de mudanças que incluiriam a volta da intervenção militar no país.

Rossi explica que “quando houve o golpe militar, nos entendíamos que seria algo para durar pouco tempo, alguns meses, mas durou 21 anos. Na verdade tem que analisar isso como um todo, o governo militar desperta saudade num segmento da população, porque havia mais segurança, mais emprego, crescimento da economia”.

Mas diante das perseguições, torturas e assassinatos praticados pelos militares, Rossi volta atrás. “Se você pesa as duas coisas, você tem que chegar à conclusão que isso foi muito ruim para o país”.

Ao mesmo tempo, Rossi não teve problemas em dar sequência a sua vida pública, ligada a Arena. “Fui candidato pela Arena, fui prefeito pela Arena. Fui ajudado pelo governo da época – Médici. Administrativamente falando: não tenho nada contra o governo. Mas no momento em que perdemos uma vida, qualquer ganho se perde”, avalia.

Sem nomes – Ao longo de seu depoimento, Rossi se negou a falar nomes de militares e enfatizou que é contra o retorno da ditadura. “Não tenho preocupação de que alguém me critique, deixe de gostar ou que desminta o que eu disse. Hoje minha preocupação é com Deus”, afirmou.

Além disso, explicou o motivo de ter dado o nome de Orlando Geisel Sobrinho – filho do general e ex-presidente Ernesto Geisel – a uma rua na Vila Militar de Quitaúna, onde o garoto morreu após ter sido atropelado por um trem. “Era um estudante brilhante do Cenearte. O pai era presidente, vi uma oportunidade de prestar uma homenagem aos pais. Não teve nenhuma motivação política, Geisel atendeu uma reivindicação, com a construção de uma ponte que liga Osasco ao Jaguaré”.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18