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Fipe revisa projeção da inflação em São Paulo

Por admin | 03 jul 2012

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), responsável por calcular o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) em São Paulo, baixou nesta terça-feira, 3, a estimativa de inflação para 2012 na capital, passando de 5,3% para 4,8%. A fundação, que é vinculada à USP (Universidade de São Paulo), leva em conta resultados apurados no primeiro semestre. No acumulado do ano, o índice registra variação de 1,79% ante 3,15% no mesmo período de 2011.

A projeção está mais próxima do centro da meta de 4,5% para este ano, definida pelo Banco Central. Para o coordenador da pesquisa, economista Rafael Costa Lima, a meta ainda é alta e seria possível reduzir a um patamar de, pelo menos, 3,5%. Ele avalia que as atenções do governo estão mais voltadas para gerar crescimento do que reduzir a inflação. “Como economista, eu gostaria de ter uma inflação mais baixa. Essa visão do governo atende a anseios de boa parte da sociedade”.

O economista disse que o IPC na capital paulista deve se manter mais estável nos próximos meses. “A partir de agora até meados de outubro, a gente deve observar um movimento de estabilidade. O que pode alterar a tendência é um possível aumento da gasolina. Existe também a possibilidade de uma redução da tarifa elétrica, o que iria interferir na inflação”, avalia Lima.

A estimativa da fundação para o mês de julho é que o índice fique em 0,30%, uma alta de 0,07 ponto percentual na comparação com junho (0,23%). Uma das maiores altas previstas para este mês é o grupo saúde, que deve ser pressionado pelos reajustes anuais dos planos de saúde. “Os contratos costumam ser reajustados no aniversário do plano. Os meses de julho e agosto concentram grande parte desses contratos”, explicou o coordenador.

Os economistas da Fipe apostam em altas também nos grupos habitação (0,29%), alimentação (0,61%), despesas pessoais (0,69%) e educação (0,09%). Segundo Lima, a alta no grupo habitação deve ser pressionada pelo retomada nos preços dos pacotes de TV, internet e telefone, que tiveram valores promocionais em junho.

Os decréscimos estão previstos para os grupos transportes (-0,35%) e vestuário (-0,30%). “Apesar de um menor impacto, a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] ainda deve repercutir no índice”, explicou Lima. Este mês, a taxa de variação do item automóvel novo alcançou seu maior ponto de queda, com -3,59%. “Esse pico somente será maior se as montadoras avaliarem que não estão vendendo o bastante e baixem ainda mais os preços. Se a demanda for suficiente para movimentar o estoque, o preço deve se estabilizar”, disse.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18