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Fernanda Gianazzi se aposenta da fiscalização, mas não da militância

Por Cristiane Alves | 05 jul 2013

O 34º Ciclo de Debates, na quinta-feira, 4, foi o momento escolhido pela auditora Fernanda Gianazzi para anunciar sua aposentadoria da fiscalização do Ministério do Trabalho. Após 31 anos à serviço da saúde e segurança dos trabalhadores, Fernanda disse que deixa o Ministério não por vontade, mas porque esteja insatisfeita com a gestão do órgão. “Saio muito triste do Ministério porque não temos mais condições de trabalho”, afirmou.

A gestão baseada em metas, a distância dos trabalhadores, a falta de compromisso com a investigação dos acidentes são alguns dos motivos apontados para a insatisfação que levam a aposentadoria. “A preocupação é com os números. Os fiscais de hoje ficam o dia inteiro atrás do computador. Vejo os colegas se negarem a se acompanharem do sindicato”, explicou.

Preocupações de quem pautou sua carreira justamente pelo compromisso com o trabalhador e com a causa da segurança, focando na luta pelo banimento do amianto. Tudo começou em 1995, em Osasco, quando Fernanda foi direcionada pela então Delegacia Regional do Trabalho a acompanhar o caso do encerramento da fábrica da Eternit na cidade. O nosso Sindicato denunciava que havia irregularidades na forma como se dava a demolição do prédio deixado pela empresa.

Começava ali uma parceria que se estendeu a outros sindicatos e a Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), da qual Fernanda é membro fundadora. “Os cinco anos que passei em Osasco foram os mais felizes de minha vida. Continuo na luta”, afirmou Fernanda.

Também presente no Ciclo, o Superintendente Regional do Trabalho de São Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, disse que o “Ministério perdeu sua importância, não é mais o que era antigamente. Vou lutar para que volte a ter a importância de antigamente”.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11