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Especialista aponta danos da reforma trabalhista à vida do trabalhador

Por Auris Sousa | 13 jul 2017

A reforma trabalhista, que acabou de ser sancionada por Temer, vai trazer mudanças significativas na relação de trabalho, as quais vão gerar profundos impactos na saúde e vida dos trabalhadores. Este foi um dos assuntos abordados na quarta-feira, 12, na Subsede de Barueri, durante o 38º Ciclo de Debates.

O médico do trabalho Koshiro Otani enfatizou que a reforma será uma verdadeira retalhação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Com ela, a jornada de trabalho poderá ser de 12 horas ou mais. Mas Otani adverte: “temos necessidades fisiológicas. Na pratica deveríamos ter 8 horas de trabalho, 8 horas de convívio social e 8 horas de sono. Não tem cabimento dizer que vamos trabalhar 12 horas”.

Para piorar, o aumento de jornada não quer dizer aumento de salário, muito pelo contrário: “O patrão vai querer pagar menos e cobrar mais, não porque ele é mau, mas porque vai visar só no seu próprio lucro”, ressaltou Otani.

Um companheiro da Mineração Taboca está de olho no desemprego que pode aumentar com a reforma. “O que mais me assusta agora é o desemprego, a precarização vai ficar cada vez pior. Por isso devemos ir à luta, para evitar prejuízos maiores”, disse.

Por isso que os trabalhadores devem se manter mobilizados junto ao Sindicato. Até porque o patrão também poderá implantar o trabalho intermitente, que permite jornada por períodos. Isto é, o trabalhador ficará a mercê do chamado do patrão e receberá de acordo com as horas trabalhadas. Para Otani, o trabalho intermitente será o maior vilão da reforma trabalhista.

Também alertou que a insegurança que a reforma vai provocar aos trabalhadores os deixarão de mãos atadas, “vamos ficar sujeitos ao humor do patrão. Então sintomas como ansiedade e depressão vão aumentar”, alertou ele, que disse que até mesmo o número de suicídios relacionados ao trabalho pode crescer.

Sindicato forte – Durante o encontro, o diretor Gilberto Almazan destacou que a atuação e luta do Sindicato em defesa dos direitos dos trabalhadores vão continuar. “Independente de qualquer ameaça, o Sindicato vai continuar nas portas das fábricas. Não tenham dúvidas que há uma luta de classe neste país, por isso temos que nos unir. Os trabalhadores devem fortalecer o seu sindicato, para que, juntos, a gente resista a estes demandos dos patrões”, enfatizou.

Unidade que um companheiro da região de Barueri faz questão de manter. “As maldades propostas por Temer já estão aí, para não ver cada vez mais os nossos direitos indo embora pelo ralo, teremos que nos unir mais. Fiz questão de estar aqui hoje para entender melhor o que vem pela frente. Já nos unimos antes por causa de R$ 0,20, acho que logo o povo acorda”, torce ele.

A questão é que a lista de prejuízos para os trabalhadores é grande. Ao todo, o projeto altera mais de 100 itens da CLT. Além da carga horária, outras mudanças possíveis são a forma de remuneração, o parcelamento das férias, a redução do horário de almoço para 30 minutos e o trabalho em home office. Bem como a prevalência do negociado sobre o legislado. Também vai passar a existir um novo formato para rescisão e formação das comissões de fábrica.

Clique aqui e conheça outras mudanças.

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11