Quem se aposentar a partir de agora terá uma alternativa para escapar do fator previdenciário, que reduz o valor do benefício em até 40%: a fórmula 85/95, que a partir de 2017, sofrerá progressão. A medida foi publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 18. A regra leva em conta a soma do tempo de serviço e da idade do trabalhador, 85 para mulheres e 95 para os homens. Aqueles que já tiverem tempo de contribuição, mas que ainda não atingirem a soma proposta (neste caso 85/95), a cada ano de trabalho vai valer por dois. Compare: Por exemplo, uma mulher de 47 anos de idade, que completou 30 anos de contribuição, ao se aposentar como fator teria uma redução de quase 50% no valor da sua aposentadoria. Para conseguir 100% do valor, ela teria que trabalhar pelo menos mais 12 anos. Já com a regra 85/95, ela teria que trabalhar mais 4 anos para ter direito a 100% do benefício, quando a soma da sua idade (51) mais seu tempo de contribuição (34) alcançar os 85. (Clique aqui e faça o seu cálculo)  Editada na medida provisória 676, a regra sofrerá progressões a partir de 2017. Com isso o valor dessa soma vai subir um ponto em 2017, outro ponto em 2019 e, a partir de então, um ponto a cada ano até chegar a 90/100 em 2022. As mudanças ainda poderão ser derrubadas pelos parlamentares, que deverão apreciar a matéria no dia 14 de julho.

Sindicato participou de vigília em Brasília contra a fórmula 85/95

Aos 48 anos de idade, um companheiro da New Oldany completou 30 anos de contribuição. Ao saber das mudanças veio até o Sindicato para tirar algumas dúvidas. O companheiro já sonha com a aposentadoria, mas confessa que prefere esperar. “Se melhorar o valor da aposentadoria, é uma boa. Prefiro trabalhar um pouco mais para fugir do fator”, conta ele, que sabe bem o rombo que o fator provoca no benefício.

Contra o fator – Os metalúrgicos da região de Osasco se juntaram a trabalhadores de diversas categorias, ligados a sete centrais sindicais, na terça-feira, 16, e fizeram vigília em Brasília para pressionar a presidenta Dilma Rousseff a não vetar à formula 85/95, como alternativa ao fator previdenciário.