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Custo de vida em São Paulo tem maior alta desde 2003

Por Auris Sousa | 07 fev 2013

O custo de vida no município de São Paulo registrado em janeiro teve alta de 1,77%, a maior elevação desde 2003, quando o aumento foi de 2,92%. Em dezembro de 2012, o custo de vida teve um crescimento de 0,43%. Os dados, divulgados nesta quinta-feira, 7, são do ICV (Índice do Custo de Vida ), medido pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os grupos que mais pressionaram a inflação do custo de vida foram alimentação (crescimento de 1,88%), educação e leitura (5,46%), habitação (1,44%) e despesas pessoais (7,60%). No grupo alimentação, o destaque foi para raízes, com alta de 15,42%, e hortaliças (14,89%).

Em educação e leitura, as principais altas ocorreram em educação infantil (10,21%), ensino fundamental (9,10%), ensino médio (9,56%) e universitário (3,53%). Os aumentos verificados nas despesas com habitação (1,44%) ocorreram, principalmente, na locação, impostos e condomínio (1,71%) e operação do domicílio (1,62%).

Quanto às despesas pessoais, impulsionou a elevação o subgrupo fumo e assessórios, com crescimento de 15,68%, devido à entrada de nova tabela de preços dos cigarros no início de janeiro, com variação média de 15,92%.

De acordo com o Dieese, todo o início de ano, em especial nos meses de janeiro, há elevação do custo de vida em razão dos inúmeros serviços que realinham seus preços, tais como mensalidades escolares, serviços domésticos, condomínio, e assistência médica. Os alimentos in natura e semielaborados também sobem expressivamente devido às intensas chuvas que ocorrem no período de verão.

No acumulado dos últimos 12 meses, de fevereiro de 2012 a janeiro de 2013, o custo de vida em São Paulo teve aumento de 6,89%. No período, dois grupos apresentaram variações bem superiores à inflação: despesas pessoais (21,65%) e alimentação (11,37%).

Educação e leitura (6,97%), saúde (6,12%) e habitação (5,38%) tiveram variações próximas a inflação. Taxas menores foram observadas nos grupos despesas diversas (2,91%), recreação (1,94%), vestuário (1,04%), transporte (0,50%) e equipamento doméstico (-1,92%).

Conforme o Dieese, a principal diferença entre os resultados de janeiro diz respeito à estabilidade de preços. Enquanto em 2003 situava-se em 33,67%, em 2013, está no patamar de 54,38%, o que revela que, neste ano, ainda não há evidências de forte contaminação nos preços da economia. “A população deve estar atenta para que não haja disseminação de aumento de bens e serviços”, segundo relatório de apresentação da pesquisa.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18