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Cooperação das empresas com golpe deve ser investigada, cobram centrais

Por Cristiane Alves | 04 fev 2014

A relação de empresas com o golpe que impôs a ditadura no Brasil a partir de 1964 é um dos principais resultados que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) deve apresentar à sociedade brasileira. Essa foi uma das cobranças feitas pelas centenas de militantes que lutaram pelo fim da ditadura que participaram do ato “Unidos, Jamais Vencidos”, no sábado, 1º, no Teatro Cacilda Becker, em São Bernardo do Campo.

A presença de oficiais em cargos de chefias foi um dos mecanismos usados para coibir e punir os trabalhadores. “Alojamento de empresas se tornaram quartéis. Na Mercedes, tinha um general indicado para ser o contato com o Sindicato [dos Metalúrgicos do ABC] e um Major era o chefe da segurança”, conta Djalma Bom, diretor da AMA-A/ABC (Associação dos Metalúrgicos Aposentados Anistiados do ABC).

A essa presença ostensiva na fábrica foram associadas outras medidas. “Os principais crimes foram o fim da estabilidade no emprego, a intervenção nos sindicatos, o arrocho salarial, manipulação dos índices de inflação, cassação e prisão de dirigentes enquadrados na Lei de Segurança Nacional”, enumera Djalma Bom.

Golpe contra os trabalhadores – Isso porque o golpe tinha como uma de suas premissas arruinar a organização dos trabalhadores, que vinha num processo de construção de lideranças e de estruturação, por exemplo, com a criação do CGT (Comando Geral dos Trabalhadores). “O golpe foi para desmantelar a classe trabalhadora. Foi a classe que sustentou as reformas de base, que partiu para as lutas e greves, que trouxeram o povo para a política”, explicou a coordenadora da CNV, Rosa Cardoso.

Foi um golpe contra o país. “Um golpe contra os trabalhadores, contra as reformas de base, contra a lei de remessa de lucros, contra a reforma bancária”, lembrou João Vicente Goulart, filho do presidente deposto. “Precisamos avançar na democracia e calar aqueles que são saudosos do golpe. Temos de ‘exumar’ as reformas de base”, defendeu.

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Homenagem – O ato foi organizado pelo Coletivo Sindical do Grupo de Trabalho ‘Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical’, da CNV para homenagear a militância que combateu a ditadura militar. O GT é composto pela Força Sindical e demais centrais sindicais e conta com a participação do nosso Sindicato.

Cerca de 500 pessoas participaram do encontro, que também foi composto por encenações teatrais e apresentações de vídeos com depoimentos de lideranças sindicais perseguidas. Entre os homenageados, estavam as lideranças da Greve de 1968 em Osasco e militantes da nossa região que contribuíram com a luta pela democracia no país.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07