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Companheiros da Rayton encerram greve, mas mantem mobilização

Por Auris Sousa | 28 set 2018

A greve na Rayton está encerrada, mas os companheiros permanecem mobilizados e prontos para uma nova interrupção, caso a empresa volte a desrespeitar seus direitos. Foram 45 dias de paralisação, que, foi encerrada na terça-feira, 25, e pressionou a empresa a regularizar o pagamento dos salários atrasados. A luta contou com o apoio do Sindicato, que não mediu esforços para um desfecho favorável.

“Os trabalhadores foram determinados, e seguem unidos em nome do direito do coletivo. Esta mobilização só trouxe benefícios para os companheiros, e o melhor deles foi o protagonismo de defender àquilo que é deles por direito”, avaliou o diretor do Sindicato, Sertório Aparecido.

Para um companheiro, o apoio do Sindicato na luta foi fundamental. “Deu toda atenção necessária, buscou alternativas para unificar todos os trabalhadores. Tem nos representado e orientado bem”, avaliou.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os atrasos no salário, 13º e vales motivaram quase a metade das greves (44%) em 2017, 44% das paralisações que ocorreram em 2017.  Para que as empresas não atropelem os direitos dos trabalhadores, a resposta tem de ser a mobilização dos trabalhadores junto ao Sindicato. “É com organização que a gente avança, é por meio da organização que a gente faz os patrões respeitarem os nossos direitos”, alertou o diretor Antonio Pina.

As contas não param – Enquanto a empresa não cumpria com suas obrigações, os trabalhadores continuaram recebendo contas para pagar, alguns deles recorrem ao trabalho informal para quitar, ao menos, uma parte das dívidas. Um deles ficou diante da morte ao fazer um “bico”. Ele reformava um telhado, de uma altura de aproximadamente 6 metros, quando caiu. O companheiro sofreu dois traumas no crânio e hemorragia cerebral.

“Foi um sufoco, e ainda é. Sinto fortes dores na cabeça, minha mente dá branco a todo momento. Vou ter de passar por uma cirurgia. Eu me via obrigado a fazer bicos porque estava tudo atrasado em casa, a gente tinha que comer, beber e eu pago pensão”, explicou.

Outro trabalhador disse que teve companheiro que despejado da casa onde morava, porque não tinha como pagar o aluguel. “Estamos todos no mesmo barco. O avanço é principalmente entre nós, porque estamos bem organizados e vamos continuar como cardume. Juntos somos fortes e não vamos aceitar atrasos, qualquer coisa entraremos em greve de novo”, ressaltou.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05