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Centrais se animam com resposta do Congresso

Por Auris Sousa | 12 fev 2015

Na tentativa de revogar as Medidas Provisórias que mudam as regras para pagamentos de benefícios sociais como seguro-desemprego e abono salarial, dirigentes da Força Sindical e demais centrais sindicais do país se reuniram ontem com parlamentares e os presidentes da Câmara, Eduardo cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para os sindicalistas, a impressão dos encontros foi positiva, com os políticos manifestando contrariamente às alterações feitas pela presidente Dilma Rousseff no fim de 2014.

Reunião no Congresso dá sinais que medidas podem ser revogadas

“Falamos com 158 deputados e nenhum foi contra as nossas propostas. Pelo que percebemos, vai ser difícil as medidas serem aprovadas”, contou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

A maioria das novas regras já está em vigor, mas as MPs precisam obrigatoriamente passar pelo Congresso para não perder a validade. Justamente por isso, as centrais foram buscar o apoio dos deputados e senadores em Brasília.

Por entenderem que as medidas de reajuste fiscal estão prejudicando os trabalhadores e favorecendo as camadas ricas, diversos parlamentares, inclusive da base aliada e do próprio PT, apresentaram emendas no sentido de corrigir possíveis distorções.

Até o final da tarde de segunda-feira, na MP que muda regras de pensões e auxílio-doença, 435 emendas tinham sido apresentadas. Na MP do seguro-desemprego, 201 tinham sido sugeridas, sendo 36 do PT.

O deputado Vicentinho(PT-SP), ex-presidente da CUT e líder da bancada petista até a semana passada, foi um dos que sugeriu mudanças. Ele pediu alteração para manter as regras atuais para o pagamento de pensões caso de morte por acidente ou doença relacionada ao trabalho. Sem a emenda, a medida provisória acaba com o benefício vitalício para cônjuge de até 35 anos e estabelece, a partir dessa idade, um escalonamento de acordo com a expectativa de vida.

“Não se pode impor a uma viúva com menos de 40 anos a limitação de sobrevivência de uma família, retirando o direito da pensão vitalícia aos seus dependentes”, justificou o parlamentar.

Entre os parlamentares que demonstram ser contra as MPs estão Marta Suplicy e Carlos Zaranttini, do PT-SP. “Acho que a união das centrais em torno da causa ficou muito clara para os deputados e senadores hoje (ontem). Mostramos que estamos dispostos a lutar até o fim pelos direitos trabalhistas”, afirmou Torres.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18