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Categoria pede fim da violência contra a mulher

Por Auris Sousa | 10 jun 2016

Seguindo as ondas de manifestação de todo o país contra a cultura do estupro, a diretoria do Sindicato realizou na última semana assembleias nas portas de fábrica que também pediram o fim da violência contra a mulher. A iniciativa é em solidariedade às vítimas e em repúdio aos crescentes casos em todo o Brasil.

Na JL Capacitores, em Alphaville, o diretor Alex da Força fez questão de afirmar que está não é uma luta só das mulheres, mas também dos homens. “Essa é uma luta de toda sociedade, todos homens e mulheres devem se envolver para acabarmos com qualquer tipo de violência contra a mulher”, ressalta.

Companheiras da JL Capacitores, em Alphaville, estão firmes na luta pelo fim da violência contra à mulher

Companheiras da JL Capacitores, em Alphaville, estão firmes na luta pelo fim da violência contra à mulher

Alex da Força tem razão. E o Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres, divulgado em 2015, acentua ainda mais a importância de lutar contra este tipo de crime. Ele mostra que o SUS (Sistema Único de Saúde) atende por ano 147.691 mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica. Isso significa 405 mulheres por dia, ou uma a cada quatro minutos. O número é alarmante e ainda pode ser maior. Visto que muitas não procuram o hospital, após serem agredidas, e/ou não denunciam a agressão.

A mobilização contra a violência também ganhou força no Seminário Meio Ambiente e Trabalho, organizado pelo Sindicato no sábado, 4, em Cotia. “Não podemos cruzar os braços, temos que lutar contra todo tipo de violência contra a mulher. Juntos, homens e mulheres podemos combate-la”, enfatiza a diretora Etelvina Guimarães.

Sem desculpas – A raiz do problema não está na roupa que uma mulher veste, no modo que ela se comporta ou na condição social dos envolvidos (vítima e agressor). Mas sim na naturalização que a violência ganha na sociedade, justamente ao tentar justificar o injustificável. “Estupro não é consequência de desemprego ou da ingestão de bebidas alcoólicas, é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, uma violência que agride e aliena uma pessoa do que ela tem de mais íntimo – o seu próprio corpo”, diz Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, ao rebater em nota as declarações do recém-empossado secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho.

Na semana passada, Barbosa Filho, disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo que a crise econômica contribui para a ocorrência de casos de estupro. “Infelizmente esse crime [estupro], como outros, é um pouco da consequência dessa crise que estamos vivendo. Muita gente cai em depressão porque perdeu emprego e começa a beber. E aí termina perdendo a cabeça e praticando esse tipo de delito.”

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #19