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Bolso do trabalhador corre risco com Reforma Trabalhista

Por Auris Sousa | 20 set 2017

O salário dos trabalhadores corre grandes riscos com a reforma trabalhista, que entra em vigor a partir de novembro. Estudos realizados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) comprovam que trabalhadores sindicalizados ganham 33,5% a mais do que os não sindicalizados. Além disso, os associados aos sindicatos têm maiores chances de acesso a benefícios como auxílios alimentação, transporte e saúde.

Com base nos dados no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de setembro de 2015, a pesquisa mostra que enquanto os trabalhadores não sindicalizados ganhavam, em média, R$ 1,675,68, os sindicalizados ganhavam R$ 2,237,86. Também enfatiza que “essas diferenças de remunerações poderão aumentar no futuro, dependendo de como a reforma trabalhista vier a ser implementada.”

Trabalhadores não sindicalizados têm salários 33,5% menor que sindicalizados, percentual pode aumentar com a reforma trabalhista

Dentre um dos pontos destacados no estudo, os pesquisadores destacam que a lei “ modifica a forma como os sindicatos são financiados, transformando a contribuição obrigatória de todos os trabalhadores em voluntária. Assim, as negociações coletivas promovidas pelos sindicatos podem não mais beneficiar todos os trabalhadores, mas apenas aqueles afiliados.”

“A reforma trabalhista é mais uma forma de tirar dos trabalhadores os diretos já conquistados, visando dar mais vantagem ao empregador”, ressalta cipeiro, que atua na região de Taboão da Serra.

Fortalecer a organização – Para estes ataques a resposta da categoria deve ser uma unidade ainda maior, contra uma imposição da empresa, fardada a enfraquecer os direitos dos trabalhadores. Isso porque a reforma trabalhista veda a participação do sindicato na realização de eleições para comissões de fábrica, por exemplo. Deixa que as eleições corram sem que a entidade sindical, que garante os direitos dos trabalhadores, possa auxiliar no processo para que as eleições ocorram sem nenhuma fraude.

Além disso, a instituição do representante no local de trabalho sem que ele tenha qualquer vínculo ao sindicato da categoria fragiliza tanto a negociação coletiva quanto a representação sindical. Ações que significam perda de conquistas sociais e trabalhistas.

“Quando [o trabalhador] vai conversar com o patrão, já vai acuado. A queda de braço é desigual, tenho certeza disso, não tem condições de um trabalhador negociar com o patrão, ainda mais sem o respaldo do Sindicato”, enfatiza um delegado sindical que atua na região de Cotia.

Contra estas ameaças, que vão muito além do rebaixamento dos salários, os delegados, cipeiros e membros de comissões atuantes na base do Sindicato, são categóricos: é necessário fortalecer a organização da base.

“Os trabalhadores devem se mobilizar para fortalecer a organização de base, defender a convenção, e ampliar os direitos, porque o único objetivo desta reforma [trabalhista] é aumentar o lucro dos empresários e desvalorizar a mão de obra do trabalhador”, enfatiza um companheiro que atua como delegado sindical e cipeiro na região de Osasco.

Participar da vida do Sindicato também é um dos caminhos: “teremos que ir para cima, com assembleias, manifestações para impedirmos retrocessos, porque, sinceramente, vai ficar difícil a partir do ano que vem. A estratégia é manter a mobilização, resistir e conversar com os trabalhadores para tentar fazer o possível para o Sindicato continuar ativo e forte dentro e fora das fábricas”, alerta delegado sindical da região de Cotia. 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18