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Ato Intersindical cobra respeito a vida da classe trabalhadora

Por Auris Sousa | 29 abr 2022

José Trindade perdeu a perna direita. Damásio o braço esquerdo. José Gilmar ficou paraplégico e perdeu a perna direita. Todos com menos de 30 anos de idade. Todos são vítimas da falta de segurança no trabalho, que foi denunciada nesta quinta-feira, 28, durante Ato Intersindical em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e é pano de fundo do Livro “Rosca sem Fim”, lançado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.

Auditório do Sindicato ficou lotado [Foto: Bianca Lage]

O auditório ficou lotado de trabalhadores e lideranças sociais comprometidas com o enfrentamento dos acidentes de trabalho. “Queremos providências, queremos um basta nos acidentes do trabalho. Para isso, além deste Ato, entregamos à Comissão dos Direitos Humanos da Alesp, na manhã deste dia 28, um documento que denuncia a precariedade, o descaso e mortes que têm acontecido na nossa região”, explica José Elias de Gois, presidente do Cissor (Conselho Intersindical Saúde e Seguridade Social Osasco e Região)

Presidente do Sindicato, Gilberto Almazan, destaca o descaso do Estado frente os acidentes de trabalho [Foto: Bianca Lage]

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Gilberto Almazan (Ratinho), “a situação caótica por trás dos acidentes, como a falta de prevenção e fiscalização, comprova o distanciamento do Estado brasileiro das relações do trabalho.”

Desmonte da fiscalização

O Ato denunciou com detalhes a situação de desmonte de estruturas importantes para o combate aos acidentes de trabalho, como a Gerência Regional do Trabalho, em Osasco. Para atender a região, que compreende 15 municípios, o número ideal de auditores fiscais para fiscalizar acidentes seriam 54. No melhor momento, a região contava com 27 e, hoje, não tem auditor preparado para isso.

Vítimas de acidentes fazem depoimentos [Foto: Bianca Lage]

Para se ter ideia, até o início do mês de abril, a Gerência estava funcionando de portas fechadas, sem Gerente Regional e sem chefia de fiscalização. “Hoje, quem for lá vai dar com a cara na porta, porque está funcionando no prédio da Previdência Social em Osasco, sem nenhum contato físico com o público”, disse Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania.

Participaram da organização do Ato, os seguintes sindicatos: metalúrgicos, comerciários, servidores, motoboys, motoristas, ferroviários, trabalhadores de concessionarias, frentistas, gráficos, vigilantes, trabalhadores em refeições coletivas, trabalhadores da construção civil. Bem como MODEPHAC – Movimento em Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Osasco, FeNAdv – Federação Nacional dos Advogados, Abrea – Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, AEIMM – Associação dos Expostos e Intoxicado por Mercúrio Metálico e UAPO – União dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Osasco e Região.

Assista ao Ato na íntegra:

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #22