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Após acidentes, JL Capacitores é autuada por irregularidades

Por Auris Sousa | 21 fev 2014

A JL Capacitores, em Tamboré, recebeu 11 autuações, após fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego feita a pedido do Sindicato. A inspeção ocorreu para analisar os acidentes de trabalho sofridos por um companheiro e uma companheira, em 2013. A fiscalização aconteceu em agosto, mas o Sindicato só teve acesso ao relatório nesta semana, o teor do documento foi passados aos metalúrgicos em assembleia realizada nesta sexta-feira, 21.

As autuações dizem respeito a questões como: deixar de capacitar os trabalhadores para operar as máquinas; irregularidades na Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); falta de dispositivos de prevenção em máquinas, entre outros.

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A primeira vítima da falta de compromisso da empresa com a saúde e segurança foi o companheiro Gerson Moreira de Souza. O acidente ocorreu em 10 de junho, quando operava uma prensa, que prendeu e fraturou seus dedos indicadores. Oito meses depois, Souza carrega as marcas daquele dia. “Meus dedos ficaram tortos, e ainda sinto dores”, revela.

Além disso, o companheiro se sente desrespeitado. Ele conta que a empresa prestou o socorro, mas o deixou sozinho no hospital. “Senti-me largado. A empresa não teve consideração comigo”, desabafa.

Atualmente, o metalúrgico atua numa função que exige menos esforço físico. Mas, antes disso, quase teve que descarregar um caminhão.

Por um fio – Iolanda Daniel da Cruz Silva sofreu um acidente de trabalho, no mês seguinte ao do companheiro Souza.  Quando a trabalhadora foi vitimizada, o Sindicato já havia pedido fiscalização à Gerência, em decorrência do ocorrido com Souza. No entanto, ela só aconteceu, quando Iolanda já havia perdido um pedaço do dedo. 

Com o acidente veio o afastamento do trabalho, e mais tarde a recuperação. Os dias que sucederam o acontecido não foram fáceis para Iolanda. “Foi desagradável. Fiquei traumatizada, mas tive que voltar ao trabalho”, explica. 

A volta de Iolanda à fábrica também não foi nada fácil. “Não queria voltar, fiquei insegura”, revela, com a mão dentro do bolso do jaleco. Diante do resultado da fiscalização, a companheira avalia que a postura da JL Capacitores foi inadequada. “Foi uma falta de responsabilidade”, avalia.

Para o diretor do Sindicato, Alex da Força, “as empresas precisam cumprir as normas de segurança. É preciso valorizar a vida dos trabalhadores, pois a falta de segurança no trabalho pode deixar cicatrizes para a vida toda”. 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07