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Acidente na Multiteiner escancara a omissão do Estado na saúde do trabalhador

Por Auris Sousa | 15 abr 2024

Prestes a completar dois anos, o acidente de trabalho na Muiltiteiner, em Itapecerica da Serra, que matou nove pessoas e feriu outras 40, segue impune. A omissão do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) foi apontada pelo presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho), como um dos entraves para que a justiça, de fato, aconteça.

Gilberto Almazan (Ratinho), presidente do Sindicato, compartilha informações sobre o acidente de trabalho na Multiteiner

Gilberto Almazan (Ratinho), presidente do Sindicato, compartilha informações sobre o acidente de trabalho na Multiteiner

“O Estado não conseguiu ainda dar uma resposta para os trabalhadores e famílias daqueles que perderam a vida. Ainda tem trabalhador trabalhando de forma irregular. A empresa foi interditada, houve desinterdição dois ou três dias depois e, até hoje, quase dois anos depois, a empresa está funcionado numa área de mananciais, com trabalhadores contratados de forma irregular e nada aconteceu, até agora”, destacou Ratinho, durante o Diálogo Sindical em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, organizado pelo Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho), na Força Sindical.

Diálogo Sindical em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, organizado pelo Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho), na Força Sindical

A atividade, além de entidades sindicais, reuniu representantes do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e MPT (Ministério Público do Trabalho). Dois dias antes, em 9 de abril, o Sindicato se reuniu, em Barueri, com representantes destas pastas para falar sobre o andamento das investigações do acidente de trabalho. “Não vamos permitir que este acidente de trabalho caia no esquecimento, tampouco que às vítimas e os familiares das vítimas fatais sejam ignorados. Estamos atuando por justiça e para que novos acidentes como este não voltem a acontecer”, disse o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).      

Sem assistência – Sem os registros em carteira, os trabalhadores que sofreram ferimentos e os familiares das vítimas fatais não conseguem acessar a Justiça. Isto porque a Justiça do Trabalho os encaminha para a Justiça Comum, que também diz não ser responsável pela questão.

produção sai com sangue de trabalhadores e trabalhadoras”, destacou Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania

O Sindicato, então, defende que a vida dos trabalhadores seja priorizada em todas as instâncias e que não se torne um item negociável. “A Multiteiner fornece para o Governo Federal, fornece para a Petrobras, fornece para áreas das Forças Armadas e fornece para o metrô de São Paulo. Então, o Governo está comprando produtos de empresa onde a produção sai com sangue de trabalhadores e trabalhadoras”, destacou Carlos Aparício Clemente, coordenador do Espaço da Cidadania.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #22