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A suada conquista da CIPA na Sathel

Por Felipe | 28 jun 2018

Anos atrás, a Sathel costumava dar uma canseira danada nos operários de Cotia. Infelizmente não era só o trabalho que era exaustivo, mas os patrões também. Em 1980, através de intervenção e organização do sindicato, os companheiros conquistaram eleger uma Cipa (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes) atuante e responsável. Mas até lá a luta foi bem longa.

Tudo começou com o 1º Congresso dos Metalúrgicos de Osasco e região, em 1979, que decretou o fortalecimento das Cipas como uma de suas principais metas. Isso porque, em 1977, estudos mostraram que a nossa região sozinha registrara mais acidentes do que alguns estados inteiros do Brasil. A situação, mais do que nunca, tinha se tornado inaceitável.

No mesmo ano, a Campanha Salarial trouxe várias demandas para além do reajuste, e uma delas era a participação direta do sindicato na eleição das comissões. Essa era uma exigência muito importante para a categoria porque os patrões, além de escolherem o presidente da Cipa, na prática também decidiam todos os membros. Dessa forma, eram sempre eleitas pessoas que não se importavam com a luta ou que, quando se importavam, não tinham coragem para agir.

Essa situação não podia continuar e os operários da Sathel sabiam disso. Assim, naquele mesmo no de 1979, decidiram eleger uma Cipa independente e ativa. O problema é que os chefes da fábrica não queriam nem saber sobre a segurança dos trabalhadores. No ano seguinte, a Sathel recebeu a primeira Martelada do jornal Visão Trabalhista, logo na primeira edição de 1980. Mas pelo jeito o aviso não serviu de nada: alguns meses depois, os companheiros da fábrica denunciaram ao sindicato as práticas criminosas do patrão, que não tinha permitido sequer uma reunião da comissão. Mais do que isso: tinha até tentado demitir alguns cipeiros, que por lei tem direito a estabilidade.

Sabendo disso, o sindicato foi até a fábrica em Cotia atender o desejo dos companheiros, que queriam uma nova eleição. Assim, foi formada uma Cipa corajosa e mobilizada o bastante para peitar os chefes e lutar perla segurança dos operários. Essa conquista foi alcançada através da mobilização dos trabalhadores e da organização com o sindicato, deixando a seguinte lição: para evitar acidentes, as Cipas devem ser defendidas com muita coragem e união.  

 

Candidatos à CIPA na Sathel, em 1980. Foto: Carlos Marx/CEDOC-SINDMETAL

 

 

 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18