Desde que Michel Temer assumiu a presidência, há cinco meses, os ministros de seu governo viajaram 781 vezes nos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) sem divulgarem agendas com justificativa, segundo levantamento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Enquanto isso áreas importantes, como a saúde e educação correm risco, com a PEC 55. Bem como os benefícios concedidos para os segurados do INSS, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez

De acordo com o periódico, em 238 casos os ministros tiveram como destino ou origem a sua cidade de residência sem uma justificativa considerada adequada. Enquanto isso, os investimentos em saúde e educação correm risco, com a PEC 55 em análise no Senado. Bem como os benefícios concedidos para os segurados do INSS, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Alexandre de Moraes, da Justiça; José Serra, das Relações Exteriores, e Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia, são os ministros que mais usaram os serviços da FAB sem divulgarem agendas com justificativa, destacou o Estadão. 

O jornal enfatizou que a conduta dos ministros configura, a princípio, desrespeito a duas normas legais. Primeira: em abril de 2016, a então presidente Dilma Rousseff assinou o Decreto 8.432, que restringe o uso de aeronaves pelos ministros e os proíbe de viajar de FAB para seus domicílios. Segunda: uma lei de 2013 determina que ministros deverão divulgar “diariamente” na página eletrônica do ministério sua agenda de compromissos oficiais.

Por considerar que o “o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida”, a FAB não divulgou o valor dos gastos ao jornal O Estado de S. Paulo. Mas, o periódico apurou que, um voo entre Brasília e São Paulo com um modelo parecido com as aeronaves da FAB, custa cerca de R$ 76 mil. O trajeto entre Brasília e Porto Alegre sai por R$ 136 mil. Já entre Brasília e Salvador o custo é de R$ 143 mil. [Fonte: O Estado de S. Paulo]