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Sindicato busca garantir inclusão com qualidade nas metalúrgicas

Por Auris Sousa | 11 ago 2015

Com o objetivo principal de garantir a aplicação correta da Lei de Cotas com qualidade, o Sindicato realizou no sábado, 8, o 2º Seminário sobre Inclusão de Trabalhadores com Deficiência no Setor Metalúrgico de Osasco e Região. Durante o evento, também aconteceu o lançamento de livro que ajuda a quebrar os mitos sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

O coordenador do Projeto de inclusão de pessoas com deficiência da SRTE – SP, José Carlos do Carmo, o Kal, estimulou os trabalhadores a ficarem de olho na qualidade da inclusão. “Sem abrir mão da nossa obrigação, da nossa responsabilidade institucional, sem a participação dos trabalhadores nós não conseguiremos ter este controle que garanta condições dignas para os trabalhadores com e sem deficiência, se não com o envolvimento direto dos próprios trabalhadores, coletivamente organizados por meio de seus sindicatos e outros instrumentos de organização”, destacou Kal.

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Para o diretor do Sindicato João Batista, os cipeiros são grandes aliados neste processo.  “ A Cipa tem instrumentos que podem ajudar e muito a identificarmos onde a empresa está errando, e os caminhos que podem seguir para atingir a qualidade na contratação de trabalhadores com e sem deficiência”.

Sumiko Shimono, consultora de inclusão, apontou algumas mudanças que as empresas devem fazer para trilhar o caminho da qualidade. Entre eles, a preparação do RH para fazer um processo seletivo, a criação de um comitê para auxiliar na inclusão com qualidade, e trabalhar na acessibilidade para que o trabalhador com deficiência desempenhe bem a sua função. “As empresas devem investir em acesso e equipamentos acessíveis, e em cursos de qualificação”, ressaltou.

Sem acessibilidade, o trabalhador com deficiência encontra dificuldades para se adequar as suas atribuições e ao local de trabalho. Na base do Sindicato, tem casos de empresas que cumprem a Lei, mas não oferecem todas as condições para o trabalhador. “Não temos interpretes na empresa, isso dificulta até mesmo a nossa comunicação com a empresa”, contou um trabalhador que têm deficiência auditiva.

Casos como esses são comuns. “Não estamos pedindo nenhum favor para a empresa, trabalhamos para receber o nosso salário, que é pago graças ao nosso suor. A empresa não está sendo boazinha com a gente, não está dando nada de graça. Por sermos trabalhador, assim como os demais, exigimos respeito igual para todos”, enfatizou um companheiro que é deficiente físico.

Durante o Seminário, Kal também destacou os perigos que rondam a Lei de Cotas. “Alguns segmentos do empresariado têm buscado em conluio com determinados parlamentares acabar com a Lei de Cotas. Muitas vezes a proposta não é acabar com ela, mas é criar mecanismos que permitiriam que as empresas, ao invés de contratar pessoas com deficiência, desenvolvessem outras ações, como por exemplo, doações para entidades que trabalham pelo direito de pessoas com deficiência. Sempre temos nos locados contra isso”, explicou Kal.

Propostas – Durante o seminário, metalúrgicos com e sem deficiência, representantes de empresas e entidades comprometidas com a inclusão se reuniram em grupos e discutiram sobre o tema e apontaram propostas que podem melhorar a inclusão, como oportunidade de crescimento profissional, equiparação salarial para quem desempenha a mesma função, interprete para surdos, e capacitação profissional para todos os trabalhadores.

 Sindicato lança livro que derruba mitos

No sábado, 8, o Sindicato também lançou o livro “Trabalho de Pessoas com Deficiências e Lei de Cotas”, que derruba os principais mitos impostos pelas as empresas que se negam a cumprir a Lei de Cotas. A obra é organizada pelo vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente, que também coordena o Espaço da Cidadania, e pela Sumiko Shimono.

O livro mostra que a formação das pessoas com deficiência é compatível com as necessidades do mercado de trabalho, e que há pessoas com deficiência em número suficiente para ocupar as vagas previstas na Lei. Também comprova que a qualidade da inclusão também é possível.

Conheça um pouco mais sobre este universo, e tire suas próprias conclusões. O Sindicato tem exemplares disponíveis para associados que serão distribuídos nos próximos eventos.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18