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Trabalhadores lembram vítimas de acidentes de trabalho

Por Cristiane Alves | 26 abr 2014

As mais de 705 mil vidas que tiveram suas rotas alteradas por um acidente de trabalho, em 2012, foram lembradas no ato realizado no sábado, 26, na sede do Sindicato. O encontro antecipou o dia 28 de abril, Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho.

Mas, no mundo, por ano, 2,02 milhões de companheiros e companheiras morrem a cada ano por doenças relacionadas ao trabalho. Isso significa 5.500 trabalhadores mortos por dia por causas plenamente evitáveis. Outros 321 mil perdem suas vidas devido a acidentes do trabalho.

Por isso, a data é internacional e é um marco para se lembrar de cada um dos pais e mães de família que perdem partes dos seus corpos numa máquina ou tem suas capacidades prejudicadas por uma doença relacionada ao trabalho e também para lembrar daqueles para quem a consequência do acidente foi a morte, de acordo com levantamento divulgado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).

As causas do problema e também a solução estão relacionadas com o emprego de medidas preventivas, como o Sindicato sempre aponta e a OIT enfatiza: “A ausência de uma prevenção adequada das enfermidades profissionais tem profundos efeitos negativos não somente nos trabalhadores e suas famílias, mas também na sociedade devido ao enorme custo gerado, particularmente no que diz respeito à perda de produtividade e a sobrecarga dos sistemas de seguridade social”.

Mas, não adianta esperar somente a ação do Estado ou das empresas: o trabalhador tem de fazer a sua parte. E foi esse o recado do professor da USP, Herval Pina Ribeiro, especialista em medicina do trabalho. “Esperar que o Estado seja eficiente em relação a questão de saúde do trabalhador é um equívoco. Essa é uma questão política. Nós estamos por baixo e, como classe trabalhadora, precisamos aprender a brigar por baixo”, analisou.

Para isso, também é importante conhecer os riscos – vibrações, falta de iluminação, assedio moral, jornadas extensas etc – associados à atividade e os direitos – mapa de riscos, parar a máquina diante de um risco grave e iminente, por exemplo. Para a coordenadora do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Osasco, importante o trabalhador brigar por seus direitos. “Costumo ver trabalhador brigando para receber a periculosidade, mas não para reduzir os riscos nas empresas”, advertiu.

Reconhecimento e homenagem – Para os trabalhadores, a data também é uma forma de reconhecer justamente o valor da informação e da participação nas atividades do Sindicato para, assim, identificar tais fatores. “Muitas vezes, o trabalhador não dá credibilidade para o que o Sindicato fala. Vai dar quando passa pela situação. Ai se conscientiza e vem”, reconhece um companheiro metalúrgico de Osasco, para quem a data é uma forma de “fazer uma retrospectiva do que passei e um memorial em consideração às pessoas que já passaram pela mesma situação e até morreram”, lembra o companheiro, que ficou afastado de sua atividade profissional por doença relacionado ao trabalho.

Cada uma das vítimas de acidentes de trabalho no Brasil e no mundo foram lamentadas e lembradas com um minuto de silêncio realizado pelos participantes do ato.

O encontro foi organizado pelo Sindicato em conjunto com o Cisssor (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região) e a Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão de Osasco é parte da Semana do Trabalhador da cidade. Além do papel do Cerest e da prevenção, também contou com a participação do procurador da AGU (Advocacia Geral da União), Eurípedes Cestare, que explicou a importância das ações regressivas.

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11