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Acidente na Multiteiner completa um ano sem responsabilização

Por Auris Sousa | 20 set 2023

Um ano após o acidente de trabalho na Multiteiner, em Itapecerica da Serra, as famílias das vítimas atingidas pelo desabamento ainda tentam se reerguer em meio à dor e ao desejo de justiça. Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região cobra das autoridades que busquem a responsabilização do acidente que matou nove pessoas e feriu outras 39.

Desabamento provocou a morte de nove pessoas

Passados 365 dias, ninguém foi responsabilizado, a empresa não entrou em contato com o Sindicato e parece ter feito o mesmo com os familiares das vítimas fatais. “Ninguém fala nada, nenhuma notícia nada. A gente fica na espera, para ver no que vai dar”, disse Daniel Ribeiro, pai de Diego, que morreu aos 27 anos no acidente, que ganhou repercussão nacional.

As outras oito vítimas, sete delas mulheres, eram, assim como Diego, jovens. Todos tiveram a vida arrancada, deixaram famílias e sonhos. A causa? Para a reportagem da Folha de São Paulo, em 21 de setembro, a Prefeitura de Itapecerica da Serra informou que “houve alterações na estrutura do galpão em que houve o acidente. A prefeitura afirma que a obra foi executada fora dos padrões determinados pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) em 2008.”

Uma série de fatores que podem ter contribuído com o acidente também foi apontada nos principais jornais do Estado de São Paulo, como a capacidade de peso acima do permitido no galpão, bem como campanha eleitoral irregular. Mesmo assim, a empresa continua funcionando no mesmo local.

Atuação do Sindicato

Em 29 de agosto, a pedido do Sindicato, o Ministério do Trabalho e Emprego fez uma nova fiscalização no local do acidente. “Existem muitas informações pendentes, as quais, inclusive, não foram levantadas pelo órgão na primeira vistoria, que aconteceu em 23 de setembro do ano passado. São informações que consideramos importantes para que as vítimas e seus familiares possam requerer direitos na Justiça”, explica o secretário-geral do Sindicato, João Batista.

Agora, a entidade aguarda o relatório da fiscalização, ao mesmo tempo que busca alternativas para que haja uma responsabilização do acidente e, claro, para que medidas sejam tomadas para que novos não voltem a acontecer. Para isso, tem cobrado várias instituições, como o Ministério Público do Trabalho, a prefeitura de Itapecerica, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), para que cada uma, em suas atribuições, atue.

“A cobrança é em relação todas às vítimas. Queremos que todas sejam reparadas e tenham seus direitos respeitados. Isto inclui o vínculo empregatício, já que a empresa, apesar de tratar seus trabalhadores e trabalhadores como CLT, os empregavam como Pessoa Jurídica”, observa o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).

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