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“Novelas não se interessam pelo mundo do trabalho”, diz Jorginho

Por Auris Sousa | 21 maio 2014

Sindicalista vê nas peças de ficção uma oportunidade de levar a pauta trabalhista para mais pessoas 

Em meio às comemorações do Dia dos Trabalhadores celebrado no último 1º de maio, no estádio municipal da Vila Yolanda, em Osasco, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Jorge Nazareno, o Jorginho, decidiu chamar a atenção dos trabalhadores presentes ao evento para algumas discussões trabalhistas que estarão em debate nas próximas eleições presidenciais como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário e lamentou a falta de interesse dos meios de comunicação em debater o tema.

“Nós já fizemos inúmeras manifestações pedindo a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário, mas tem setores da nossa economia e da nossa sociedade que não tem o menor interesse nisso. Parte desses setores tem o controle das grandes mídias. Boas reportagens não são exibidas às 20h, mas sim a partir das 23h quando o trabalhador já está dormindo, porque ele precisa acordar cedo no dia seguinte” reclama Jorginho.

Ciente do alcance obtido nas novelas exibidas em “horário nobre” na televisão brasileira, o sindicalista vê nas peças de ficção uma oportunidade de levar a pauta trabalhista ao maior número de pessoas possíveis, o que, segundo ele, “poderia suscitar um grande debate na sociedade brasileira”.

“As novelas não debatem isso. Elas debatem a igualdade racial ou o preconceito de gênero, que são, sem sombra de dúvida, temas importantes, mas elas não fazem discussões sobre o mundo do trabalho que poderia ser um grande incentivador para que as pessoas buscassem mais informação”, lamentou.

De acordo com Jorginho, o ritmo acelerado vivido pela maioria das pessoas nos grandes centros também prejudica a busca pela informação e a luta pelos direitos dos trabalhadores.

“As pessoas tem pouco tempo de lazer e no pouco tempo que tem em casa ela quer descontrair e dar risada. Não podemos condená-las e falar que tem que mudar o canal para um programa de debates. Não podemos exigir isso, mas precisamos criar as condições para que ela tenha o tempo hábil para, por exemplo, ler um jornal com calma”, finalizou.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11