A unificação das idades de aposentadoria para homens e mulheres penaliza ainda mais as trabalhadoras e demonstra a falta de um compromisso com o futuro da sociedade brasileira. A avaliação é do advogado Dávio Zarzana, especialista em direito previdenciário, que participa do programa Visão Trabalhista Entrevista desta semana.

Hoje, há dois tipos de aposentadoria: por idade e por tempo de contribuição – 30 anos para homens e 35 para mulheres. Além da aposentadoria especial. A PEC 287/2017 acaba com tudo isso. “As mulheres estão recebendo um recado de que terão de trabalhar no mínimo cinco anos a mais”, estima o Zarzana.

A avaliação do advogado é que o governo se baseia numa projeção de futuro, meramente matemática, que ignora as lutas das mulheres para ampliar suas conquistas. “Como é que você vai chegar para essa mulher e dizer: não quero que seja perdido a importância da mulher no seio da família; só que, ao mesmo tempo, mulher, você vai ter de trabalhar mais para que você consiga lidar com essa questão de ter de se aposentar aos 65 anos, somente”.

E a declaração de Temer no 8 de março confirmou a visão reduzida do papel da mulher para a economia e a sociedade: “Na economia também a mulher tem uma grande participação. Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes de preços nos supermercados do que a mulher. Ninguém é capaz de identificar as eventuais flutuações econômicas do que a mulher”.

A solução é a luta. “O que nós podemos fazer é uma pressão no Congresso Nacional, uma pressão em todo o governo para que essa medida não passe, para que as mulheres não sejam prejudicadas”, defende Zarzana.

Assista ao programa na íntegra: 

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3