SEJA SÓCIO!

Notícias
COMPARTILHAR

“Memórias Resistentes” provoca debate sobre democracia e direitos

Por Auris Sousa | 26 set 2025

Lançado na sede do Sindicato nesta quinta-feira, 25, o documentário “Memórias Resistentes” provocou debate sobre a democracia e direitos da classe trabalhadora. A obra, que é de autoria de Claudia Moraes de Souza, resgata a luta operária em Osasco durante a greve de 1968, quando metalúrgicos da cidade cruzaram os braços, em plena a ditadura, por direitos.

O filme também mostra como a Cobrasma, uma das principais fábricas da cidade, não apenas se beneficiou economicamente da ditadura, mas também colaborou ativamente com o golpe de 1964 e o regime.

Recheado de depoimentos de quem viveu naquele período, o documentário é fruto da pesquisa feita por Claudia Moraes de Souza e o também historiador Murilo Leal Pereira Neto sobre o papel e envolvimento da Cobrasma com a ditadura civil-miliar.

“Os relatos ainda fazem parte de uma história que se quer apagar, se quer esquecer, não se quer reconhecer justamente porque a gente reivindica anistias e, principalmente, reparações históricas em nome da verdade e da memória, que se comprometa com as verdades dos fatos”, enfatiza Claudia.

Defesa de democracia e direitos devem ser permanentes

Após a exibição do filme, um debate entre os participantes destacou as semelhanças entre os diferentes momentos da história do país. Foram citados o golpe contra João Goulart, em 1964, e a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Isto porque ambos tiveram a colaboração de empresários. Na tentativa, por exemplo, a participação predominante foi do agronegócio.

“O golpe de 1964 teve um jeito muito parecido com a tentativa de golpe em 8 de janeiro, o que mudou foi o tipo de empresário. E a conjuntura atual pode ter ajudado a impedir que ele se consumasse”, destacou o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).

No debate também foi destacado pela maioria dos participantes que as ameaças a democracia são constantes, logo a defesa precisa ser permanente, assim como a proteção dos direitos já conquistados. Outro ponto discutido foi a necessidade de ampliar o alcance do documentário, para que a memória da resistência operária siga viva e “para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.”

“Esta história da greve, assim como tantas outras, precisa ser contada e multiplicada, porque só assim conseguimos fortalecer a democracia e evitar retrocessos”, destacou José Claudinei Messias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.

Leia também: 

Demissão antes da data-base gera indenização

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #26