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Reforma da Previdência deixa acesso à aposentadoria mais restrito para mulheres

Por Mamuths | 01 fev 2018

O desmonte que a reforma da Previdência, proposta pelo governo Temer, vai provocar principalmente na vida das mulheres, foi destaque no encontro “Igualdade de Oportunidades: Essa Luta é Nossa”. A atividade aconteceu na quinta-feira, 30, na sede e marcou o encerramento do Março Mulher.

A técnica do Dieese, Camila Ikuta, concluiu que, com a reforma, a maioria das atuais contribuintes não conseguirá se aposentar por tempo de contribuição. Isso porque, hoje, a maioria das mulheres se aposenta por idade. Em 2015, 62,6% dos benefícios por idade eram destinados para elas. Apenas 37,4% para os homens.

“As mulheres têm mais dificuldades de entrar e se manter no mercado de trabalho. Estão inseridas em empregos precários e não conseguem contribuir da mesma forma que os homens”, destacou Camila. No entanto, elas predominam entre os beneficiários: em 2015, somavam 28,2 milhões, 57% do total de pessoas cadastradas no INSS.

Com as considerações da Camila, uma companheira da Multivisão considerou a reforma ainda mais perversa. “Esclareceu bastante as mudanças que podem acontecer, assusta bastante. Aproveitei para tirar algumas dúvidas também”, disse.

Desigualdade – Durante o Encontro, as companheiras e companheiros concluíram que, se aprovada, a reforma da Previdência vai intensificar ainda mais a desigualdade no mercado de trabalho. “Por isso não pode ter este patamar de igualdade”, defende Camila. Para igualar as regras de concessão para aposentadoria entre homens e mulheres, o governo usou a justificativa de que as diferenças já foram superadas.

Em análise divulgada, o governo aponta que as tarefas domésticas reduziram para as mulheres, que elas já atingiram a igualdade de participação no mercado de trabalho e que as diferenças salariais entre homens e mulheres já diminuíram. “Esses avanços são bem falaciosos”, avaliou Camila. Para provar que sua avaliação não é mero achismo, apresentou dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2006, segundo o Instituto, 92% das mulheres eram responsáveis pelo trabalhado doméstico, contra 52% dos homens. Em 2015, o avanço foi quase insignificante, quando 91% delas eram responsáveis, contra 53% deles. “O trabalho doméstico implica na dupla jornada que as mulheres acabam desempenhando”, explicou Camila.

De acordo com o IBGE, as mulheres têm uma jornada semanal médica muito maior que a dos homens. A cada semana, elas trabalham, em média, 8 horas a mais que eles. O que equivale a 66 dias a mais por ano, mais de 2 meses.

A desvantagem não para por aí, não. Sobre as condições de trabalho, a taxa de desemprego sempre é maior entre as mulheres. Em 2015, a taxa foi de 11,70% entre elas e 7,90% entre os homens. Em relação ao salário, de acordo com a RAIS, em 2015, as mulheres receberam em média 18,9% a menos que os homens. No mercado de trabalho informal essa diferença chega a 30%, de acordo com a Pnad 2015.

Luta – No Encontro as diretoras do Sindicato, bem como as dirigentes dos metalúrgicos de São Paulo e Minas Gerais, destacaram as mobilizações que têm ocorridos na base contra as ameaças de retrocesso e retirada de direitos. A nossa diretora Gleides Sodré ressaltou  que a reforma da Previdência nos dá uma responsabilidade imediata, que o Sindicato tem assumido  e tratado com seriedade. Além disso, observou que os trabalhadores precisam refletir sobre a importância do voto.

“Quem está colocando a reforma em votação é o presidente, mas quem está votando é os deputados que o povo elegeu. Então a gente precisa fazer esta reflexão agora: que tipo de deputado a gente coloca lá na Câmara? Que tipo de senador a gente manda para o Senado? Por que que um trabalhador não faz essa análise de quem ele vota? Nós não posemos mais votar em bancários, em latifundiários, em empresários. A reflexão que a gente faz agora é a longo prazo, porque 2018 está aí, a gente precisa olhar quem vota contra e a favor do trabalhador”, orientou a diretora Gleides Sodré

Bate papo sobre as ameaças

Trechos da apresentação de Camila serão compartilhados no programa de televisão do Sindicato, o Visão Trabalhista Entrevista, que é apresentado pela jornalista Cristiane Alves. Um bate papo com as sindicalistas Leninha e Rosângela representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e de Minas Gerais, respectivamente, também vão compor o programa. O Visão Trabalhista Entrevista é produzido pelo Sindicato e vai ao ar as segundas, às 10h30, na TV Osasco (Canal 3 da NET). O conteúdo também é disponibilizado no nosso site e no nosso canal no Youtube.  

Acesse aqui e calcule o tamanho do seu prejuízo. Você também pode pressionar os deputados, para que eles não votem a favor do projeto. Clique aqui e tenha acesso aos contatos dos parlamentares eleitos por São Paulo.  

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