Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as famílias brasileiras gastam em média 28% do orçamento com habitação – entre aluguel, prestação do financiamento da casa própria etc.

Segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), até 2008, o crédito habitacional para trabalhadores de média e alta renda aumentou oito vezes. Em 2009, com o Programa Minha Casa, Minha Vida, foi iniciada a construção de 3,5 milhões de casas, 2 milhões já entregues e as demais em construção ou em fase de contratação. Há ainda mais 350 mil para serem contratadas no início de 2015.

Foram investidos R$ 137 bilhões na construção de moradias e R$ 69 bilhões em subsídios.

Os trabalhadores de baixa renda ganharam condições de comprar a casa própria. Tudo isso recolocou em debate o direito ao acesso ao solo urbano, que é privatizado, e, por isso, exclui e expulsa milhares de famílias para as periferias, onde não há acesso a serviços e equipamentos urbanos.

É fundamental manter e aprimorar as políticas que integram o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, parte do Plano Nacional de Habitação, para universalizar o acesso à moradia a todos os brasileiros, com saneamento, transporte e demais serviços e equipamentos públicos de saúde e educação.

CLEMENTE GANS LÚCIO
Sociólogo, diretor técnico do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconomicos)