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Adriana Marcolino
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É urgente superar pobreza e desigualdade

Por Adriana Marcolino - Diretora Técnica do DIEESE 19 ago 2025

Outra vez, o Brasil saiu do mapa da fome, sistema da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que mede subnutrição e inseguran- ça alimentar no mundo. Hoje, menos de 2,5% dos brasileiros sofrem com insegurança alimentar grave. A pobreza também caiu, de 31,6% para 27,4%, entre 2022 e 2023, e a extrema pobreza foi de 5,9% para 4,4%. Isso é fruto da volta das políticas públicas em 2023 e precisa ser comemorado.

Porém, a desigualdade e a concentração de renda persistem. É preciso encarar essa questão para valer, para evitar que qualquer crise eleve de novo a pobreza e a fome.

O Brasil é o 13º país mais desigual do mundo, com o maior nú- mero de milionários da América Latina: cerca de 433 mil. Os 10% mais ricos detêm 51,5% da renda nacional e os 50% mais pobres, só 14,4%. Os mais ricos contribuem pouco para financiar o Estado, com 41,6% das deduções no IR (Imposto de Renda).

A proposta do governo, de mudar a tabela do IR, é fundamental para o equilíbrio: eleva a renda disponível para quem ganha até R$ 7.350,00 e o imposto para quem recebe acima de R$ 50 mil, e tributa lucros e dividendos. Mas é preciso dar outros passos para garantir que os mais ricos contribuam mais com o Estado. Garantir mais recursos para saúde, educação, moradia, mobilidade para todos é fundamental para reduzir a desigualdade.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #25