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Notificações de violência contra crianças estão abaixo dos fatos, explica especialista

Por Auris Sousa | 22 maio 2013

Somente em 2012, a Secretaria de Direitos Humanos registrou 130.029 denúncias de violência contra crianças e adolescentes, por meio do Disque 100. O número espanta, mas ele pode ser bem maior. É o que explicou a técnica e especialista em sexualidade Ieda Maria Siebra Bochio, da Caf (Casa de Assistência Filadélfia), durante entrevista ao Visão Trabalhista em Debate, que tratou do tema “Como combater a Exploração Sexual Infantil?”.

Segundo ela, a maioria dos casos de violência não é notificada, porque muitas vezes o agressor faz parte do círculo de convivência da vítima. “As notificações são aquém, elas são apenas indicadores dos fatos”, explicou.

Diante disso, a especialista considera de suma importância o Brasil ter o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, celebrado no último dia 18. Para ela, “com a data a sociedade passa a ter um olhar diferenciado [pra este crime] e as pessoas que o cometem percebem que tem mais gente atenta na questão”.

Fique atento – “O abusador, em termo de estereótipo, não tem problemas. Ele tem um emprego, uma religião e leva uma vida social normal. Às vezes tem dificuldades de se relacionar com adultos, mas geralmente não são estranhos”, alertou Ieda. Motivo pelo qual os pais devem se manter atentos e ensinar seu filho a se proteger, leia abaixo:

– Converse com ele sobre o corpo, incluindo as partes íntimas. Ensine que essas partes são particulares e não devem ser tocadas por ninguém;

Dê autonomia, ensine-o a ir ao banheiro, tomar banho e se vestir sozinho, assim ele terá contato com menos pessoas nos momentos íntimos;

Nada de segredos, fale com ele sobre segredos e que eles não podem existir entre vocês, mesmo que eles sejam pedidos por algum adulto próximo.

Importante – As informações devem ser passadas para as crianças da forma mais simples possível, para que elas não fiquem assustadas. Se presenciar algum crime contra crianças e adolescentes, denuncie!

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11