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Sindicato contabiliza 20 mortes nas fábricas por covid-19 e aciona órgãos competentes

Por Auris Sousa | 21 maio 2021

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região já contabiliza a morte de, ao menos, 20 trabalhadores do setor na região pela covid-19, desde o início da pandemia. As informações foram coletadas por meio de informações passadas por empresas, colegas, amigos e familiares para a diretoria do Sindicato, que cobra ações de órgão competentes.

Das 20 mortes que ocorreram, 70% foram apenas neste ano. A primeira, que o Sindicato tomou conhecimento, aconteceu em 1º de Maio de 2020. A vítima foi a companheira Edileusa Maria dos Santos (47 anos), da Ficosa. O motivo da morte foi confirmado por Michelle Freire, filha da companheira. A última aconteceu nesta quinta-feira, 20. Refere-se ao companheiro José Francisco Marcelino (66 anos), cujo motivo foi confirmado pela Cinpal, onde trabalhava.

José Francisco (Cinpal), José Edson (Cinpal), Valdir (Multivisão), Soniel (LAO), Carlos Humberto (WTT) e Daniel (Cinpal) são as seis últimas vítimas da covid-19

O presidente do Sindicato, Gilberto Almazan, destaca que os dados podem estar subnotificados porque há dificuldades de informações nas empresas, que nem sempre comunicam o Sindicato. “Pedimos para que os trabalhadores compartilhem estas informações com o Sindicato. Além disso, orientamos que, àquele que for afastado pela doença, exija a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)”, enfatiza.

Sindicato cobra prevenção

Preocupada com os dados e aumento dos casos e mortes em todo o país, a diretoria do Sindicato tem cobrado das empresas e órgãos competentes (Secretaria do Trabalho, Cerest e Ministério Público) ações que combatam a expansão do vírus nas metalúrgicas de Osasco e Região.

Em reposta, o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), em Osasco, já se pronunciou à entidade e começou a enviar para as empresas uma Pesquisa, que deverá ser respondida até 11 de junho. Ela foca nas questões relativas aos cuidados sanitários que as empresas têm dispensado aos trabalhadores para evitar que sejam contaminados pela Covid-19 em seus ambientes de trabalho.

“É fundamental a participação do Cerest em qualquer ação que vise a proteção a saúde e segurança do trabalhador. Com esta pesquisa em mãos, se necessário, providencias serão tomadas com o objetivo de tornar o local de trabalho seguro para todos e todas”, explica João Batista.

42º Ciclo de Debates

Pela gravidade e atenção que merece, a pandemia da Covid-19 e seus impactos na saúde do trabalhador metalúrgico será tema de discussão do 42º Ciclo de Debates, que acontece em 1º de Julho, pelo aplicativo Zoom, com transmissão ao vivo pelo Facebook do Sindicato (@sindmetal).

Com mediação do secretário-geral do Sindicato, o Ciclo vai contar com debate de especialistas, que estão produzindo conhecimento sobre os aspectos da doença e aprofundarão o debate sobre os direitos do trabalhador à prevenção. São eles: Dra. Maria Maeno, Médica e Pesquisadora da Fundacentro; Prof. Dr Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos – Fiocruz; Dra Rosângela Gaze – Médica – Fiocruz/UFRJ; Prof. Dr Eguimar Felício Chaveiro – Universidade Federal de Goiás.

Inscrições: Para participar pelo Zoom, é necessário fazer a inscrição pelo e-mail [email protected] ou pelo SindZap 11-9 6078-0209. Interessados em fazer perguntas sobre este assunto para os especialistas, podem enviar um vídeo com até 30 segundos de duração para o SindZap.

 

 

 

 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18