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Trabalhadoras metalúrgicas ganham quase 20% menos que trabalhadores metalúrgicos

Por Auris Sousa | 11 mar 2025

Estamos no Março Mulher e, apesar dos avanços já conquistados, temos ainda muitos motivos para lutar. A igualdade salarial é um deles, por isso que nesta semana ela será pauta principal do mutirão de assembleias que vai acontecer na região. Na metalurgia, em 2023, a trabalhadora recebeu, em média, 80,9% da remuneração média do trabalhador. Ou seja, 19,1% a menos. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Naquele ano, o salário médio das mulheres era R$ 3.632,62, enquanto dos homens era R$ 4.488,24. A diferença é presente até mesmo quando elas têm mais escolaridade. “A Lei da Igualdade Salarial define salário igual para trabalho igual. Esta é uma pauta prioritária para o movimento sindical, somada a ações que também garantem as mesmas oportunidades e que contribuirão para o aumento do número de mulheres em posição de liderança”, destaca a vice-presidente do Sindicato, Mônica Veloso.

Vale destacar que, quando os dados são analisados por raça, as mulheres negras recebem ainda menos. Rodolfo Viana, economista e técnico do Dieese, explica que a diferencia salarial pode acontecer também por situações ligadas a inserção da trabalhadora no mercado de trabalho de forma mais ampla.

“Licenças reprodutivas e questões de cuidados não partilhados contribuem também para uma rotatividade maior da trabalhadora, impactando decisivamente na remuneração e trajetória profissional”, avalia.

Por isso, que o movimento sindical também defende a Política Nacional de Cuidados. “É um aparato de suporte institucional da sociedade, mas também de responsabilidade das empresas para que a gente possa ter condições de trabalho e acesso a igualdade de oportunidades no trabalho”, enfatiza Mônica.

Avanço – No que se refere a presença da mulher em espaços de liderança, a diretoria tem percebido um avanço importante nas metalúrgicas da região. “Agora, é mais comum ter a presença de uma mulher na mesa de negociação. Na maioria das vezes, ela substitui um homem, mas, infelizmente, o salário não acompanha”, observa o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho).

Força Sindical – Nesta terça-feira, 11, a inteligência artificial e seus impactos para as trabalhadoras será um dos assuntos de atividade na Força Sindical São Paulo. O evento vai marcar o Dia Internacional da Mulher.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #04