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Sindicato lamenta morte dos trabalhadores do setor têxtil em Taguaí

Por Auris Sousa | 26 nov 2020

Foi com muita tristeza que a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região recebeu a notícia da morte dos 41 trabalhadores do setor têxtil na quarta-feira, 25, em Taguaí, interior de São Paulo, após colisão entre um ônibus corporativo e um caminhão.

Na hora do acidente, os trabalhadores eram levados para a confecção Stattus Jeans, em Taguaí. Notícias veiculadas pela grande imprensa dizem que a empresa do ônibus não tem autorização para operar. Para a TV TEM, o advogado responsável pelo setor jurídico da Stattus Jeans, disse que a empresa de ônibus era contratada pelos funcionários.

Trabalhadores perderam a vida durante trajeto para o trabalho

Este é mais um caso em que a vida de trabalhadores é ignorada. De um lado, temos um transporte ilegal, sem condições adequadas e seguras para conduzir os trabalhadores até o local de trabalho. Do outro, a empresa responsabilizando os trabalhadores pelo transporte. No meio disso tudo ainda está a ausência de fiscalização. Se a vigilância pela segurança dos trabalhadores estivesse em dia, tudo isso teria sido evitado.

Há anos, o Sindicato denuncia o descaso com a vida dos trabalhadores. Há anos lutamos e exigimos que medidas de saúde e segurança sejam adotadas pelas empresas. Há anos, a postura do patronal é o mesmo: jogar a culpa para cima do trabalhador. Há anos, repetimos: a empresa é responsável por cada trabalhador e tem que dar condições seguras para que cada um desenvolva o seu trabalho.

É com o sentimento de que os trabalhadores da Stattus Jeans são vítimas, não apenas do acidente entre o ônibus e o caminhão, mas também da impunidade, da falta de fiscalização, do descaso do governo, da falta de responsabilidade da empresa, de um sistema que só se preocupa com o lucro, que a diretoria do Sindicato cobra apuração dos fatos e compartilha o mesmo entendimento da Força Sindical:

“Este gravíssimo problema, problema fatal, está inserido em um quadro geral nefasto que é o da reforma trabalhista, da flexibilização das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança e do fim do Ministério do Trabalho, que era o principal responsável pela fiscalização nos locais de trabalho. Um quadro de profundo descaso com o povo brasileiro”.

O Sindicato se solidariza com os familiares, amigos e colegas dos trabalhadores que perderam a vida. E deseja uma rápida recuperação para os feridos. Que as medidas cabíveis sejam adotadas para reparar as perdas e para evitar tantas outras.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18