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Queimar os navios

Por Auris Sousa | 01 nov 2017

O contínuo desmantelamento de direitos fundamentais dos trabalhadores e a campanha de enfraquecimento de suas entidades através de um governo corrupto e golpista, portanto, ilegítimo, é demonstração eloquente do grau de exploração da classe trabalhadora que se pretende realizar.

A elite brasileira, e o governo por ela patrocinado, além de fincar amarras em um grau inimaginável no desmonte da CLT – cujo exemplo maior é a portaria para dificultar senão impedir o combate ao trabalho similar ao escravo – entrega de “mão beijada” as riquezas e as empresas nacionais à sanha de interesses estrangeiros, sem pudor.

Não percebe que se trabalha no século XXI e não no XIX quando existia a escravidão! Qual seria o fato concreto para despertar a rebeldia do povo que quebrasse essa estrutura perversa que quer transformar o país em uma enorme senzala com a elite na casa grande a se regalar.

Conta a história que Fernão Cortez quando invadiu o México para forçar seus soldados a lutar mandou queimar seus navios impedindo a retirada de seu exército, forçando que lutassem com bravura descomunal pois não tinham rota de fuga, era lutar ou morrer.  

Será que a elite brasileira – e seus prepostos no governo – não está queimando os nossos navios, não nos dando outra alternativa a não ser lutar brava e furiosamente?

Antonio Carlos Roxo

Doutor pela USP, analista do Seade e

professor (em greve) da Unifieo

* As opiniões expressas neste espaço não expressam necessariamente o ponto de vista do Sindicato

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18