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No coração do trabalhador brasileiro, só da Tuiuti

Por Cristiane Alves | 14 fev 2018

O Carnaval de 2017 ficou marcado na nossa história como um dos mais politizados dos últimos anos. O maior destaque foi o desfile da Paraíso do Tuiuti, que levou para a Marquês de Sapucaí um samba-enredo que problematizou a escravidão e o golpe que representa o retrocesso com reformas como a trabalhista. Mas também teve crítica e reafirmação da luta nos blocos de rua país a fora, que levantaram bandeiras como a luta por igualdade de gênero, em defesa da Democracia e contra o assédio sexual e as diversas formas de discriminação.

Embalada no samba-enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, sobre os 130 anos da Lei Áurea, a Tuiuti levou para a avenida um presidente vampiro com plumagem de pavão revestida notas de dólares, enquanto, numa das alas, trabalhadores tinham sua carteira de trabalho rasgada. Em outra ala,  os panelereiros vestidos de verde e amarelo eram fantoches, montavam patos amarelos como os da Fiesp, enquanto eram manipulados por uma mão gigante, que bem pode ser compreendida como a mídia que incentivou as mega manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. A mesma mídia, representada pela rede Globo, que evitou comentar o desfile, durante a transmissão ao vivo, o que só aconteceu dois dias depois, no Jornal Nacional.

Também no Rio, merece destaque os desfiles da Mangueira e Beija Flor, que criticaram a gestão do prefeito Marcelo Crivela, violência, corrupção e a intolerância que marcam a cidade e o país.

Blocos de protesto – A maior festa popular brasileira já começou com protesto, no dia 30 de janeiro, quando os aposentados tomaram a Avenida Paulista, no Carnaval de Protesto, expondo as condições de vida dos aposentados e dizendo bem claro: Não a Reforma da Previdência.  E foi assim também em diversos blocos, em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, onde fantasias, cartazes, performances, lembraram que o brasileiro se diverte e comemora a cultura de nosso país, mas, mesmo no Carnaval, não esquece que vivemos num país tomado pela corrupção e injustiça social.

Com isso, a maior festa popular brasileira mostrou ao Brasil e ao mundo que há muito o quê comemorar, mas, que a comemoração não é sinal de alienação, a consciência da necessidade do protesto cresce a cada dia. E na segunda-feira, 19, tem mais, no Dia Nacional de Protesto, contra a reforma da Previdência.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18