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Nanquim-Narayama atrasa verbas rescisórias; Sindicato aciona Ministério do Trabalho

Por Auris Sousa | 24 fev 2023

Diretores do Sindicato e um grupo de ex-trabalhadores da Nanquim-Narayama se reuniram nesta quinta-feira, 23, em frente a empresa para cobrar a regularização do pagamento das verbas rescisórias. Ao menos, 30 companheiros e companheiras foram demitidos em dezembro e, até o momento, estão recebendo os seus direitos numa espécie de conta-gotas.

A fábrica teve a audácia de parcelar a rescisão. “Esse é o tal ‘acordo’ que a empresa faz com os trabalhadores e com as trabalhadoras, que com dedicação venderam sua mão de obra ao longo dos anos trabalhando nessa empresa. Mas de acordo não tem nada, a empresa impõe uma forma de pagamento parcelado, e ela mesma não cumpre. Os ex-trabalhadores não podem ficar nessa angústia: sem saber se vão ou não receber”, enfatiza o diretor do Sindicato Marcelo Mendes.

Diretor Marcelo Mendes articula luta na Nanquim-Narayama

A situação é lamentável. Para alguns trabalhadores, o parcelamento é em quatro vezes. Para outros, chega a ser em sete. Vale ressaltar que, por lei, o dinheiro deveria ter sido depositado em dez dias corridos, após a demissão. Alguns trabalhadores aceitaram o parcelamento, mas sequer receberam de forma correta a primeira parcela.

“Parcelou as verbas e não está cumprindo com o pagamento nas datas combinadas”, desabafou um companheiro. Outro disse que, até o momento, dos 100% que tem direito, só recebeu R$ 11%.

O diretor Marcelo Mendes alerta que “estamos indo para o terceiro mês que aconteceu a demissão. De lá, para cá, houveram mais demissões.”

Sem negociação

Desde dezembro, o Sindicato tenta negociar com a empresa. Sem sucesso, já acionou o Ministério do Trabalho e Emprego e uma mesa redonda será realizada em 03 de março, por volta das 14h.

A situação dos demitidos só não está pior porque o Sindicato convenceu a empresa de dar todas as condições necessárias para o acesso ao seguro desemprego. “Muitos dos trabalhadores optaram por não assinar a homologação, porque tiveram receio de a empresa não pagar de forma correta as verbas rescisórias”, explica Marcelo.

Ex-trabalhadores querem que seus direitos sejam respeitados

Denúncias de trabalhadores enviadas para o SindZap mostram que os atrasos nos salários também têm sido recorrentes na empresa, inclusive, da cesta. A empresa também acumula diversas irregularidades com relação aos depósitos do FGTS.

“Era para pagar a cesta no dia 10 e pagaram dia 17”, denunciou um trabalhador.

A ação de hoje na porta da empresa é mais uma articulada pelo Sindicato para defender os direitos dos trabalhadores. “Vamos acompanhar esta situação, e apoiar os ex-trabalhadores, que precisam continuar a reivindicar os seus direitos e estamos juntos com os trabalhadores que estão trabalhando para que tenham seus direitos também respeitados,” destaca Marcelo.

Assista ao Hora da Boia sobre a luta dos trabalhadores: 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #28