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Metalúrgicos têm semana decisiva

Por Cristiane Alves | 27 out 2015

Esta semana é de muita mobilização para a categoria para pressionar os grupos patronais a apresentarem propostas razoáveis de reajuste salarial. O prazo dado pelos representantes dos trabalhadores na mesa de negociações é esta semana. Mas, a conversa não está fácil. “A choradeira patronal é tanta que o grupo 3 (autopeças) quer retirar de todo o jeito da Convenção Coletiva a licença maternidade de 180 dias e para os metalúrgicos do ABC ofereceram proposta abaixo do INPC”, alertou o diretor Gilberto Almazan, no seminário de Campanha Salarial, realizado no sábado, 24, na sede. Gilberto participa das negociações junto a outros companheiros da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo. 

Por isso, contra os ataques, o trabalhador só tem um instrumento: a luta organizada com o Sindicato. “Vamos intensificar a mobilização”, conclamou o presidente Jorge Nazareno, que também convidou os companheiros a defenderem a sindicalização. “É preciso fortalecer o Sindicato, porque quanto mais sócios, mais forte é a nossa voz na mesa de negociações”, defendeu Jorge.

O seminário reuniu dezenas de companheiros na sede do Sindicato, que se encarregaram de levar para a fábrica as informações sobre o andamento das negociações e sobre a conjuntura política e econômica do país, explicadas por Roberto Anacleto, técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). 

Além de apresentar dados econômicos, Anacleto levou os companheiros a reflexão sobre a crise política e econômica que o país atravessa. “A gente precisa ter muita calma, buscar informações porque esse momento vai passar e os empresários sabem disso”, orientou. Anacleto explicou também questões como a relação dívida pública/ PIB (Produto Interno Bruto), os ataques a Previdência Social e a Petrobras, a classificação que os bancos fazem em relação ao país, entre outros assuntos que estão na mídia, mas na maioria das vezes não são devidamente explicados.

E os trabalhadores entenderam o recado. “Conhecia algumas informações, mas não com o teor que foi falado. Essa crise nunca foi financeira, mas política”, afirmou um companheiro de Osasco.

E a informação fortalece a luta. “A informação é bom para ficar por dentro, para ter argumento lá dentro da fábrica”, apontou um companheiro de Barueri. Eles saíram motivados a convidar os companheiros da fábrica a participarem da assembleia decisiva que acontece na sede, nesta quinta-feira, 29, às 19h.

O encontro foi arrematado com a fala do companheiro Stanislaw Szermeta, metalúrgico aposentado que lutou contra a ditadura. “Avançar na organização dos trabalhadores é uma questão central para trazer as informações e a disposição para lutar para dentro do Sindicato porque as coisas estão ficando cada vez mais difíceis, com os interditos proibitórios, lei anti-terror”, apontou alguns dos ataques a organização dos trabalhadores realizados recentemente.

 

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18