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Metalúrgicas atingem 96,5% da Lei de Cotas

Por Auris Sousa | 09 mar 2020

Alexsander Amaral Alves faz parte dos trabalhadores que ocuparam uma das 96,5% vagas previstas pela Lei de Cotas nas metalúrgicas de Osasco e região. Esta marca faz parte dos dados da 14ª Pesquisa “Lei de Cotas – Trabalhadores com deficiência no setor metalúrgico de Osasco e Região”, lançada na sexta-feira, 6, na sede do Sindicato.

96,5% foi o índice de preenchimento das vagas pelas metalúrgicas

Ele tem deficiência física e trabalha há 17 anos na Cinpal. A metalúrgica faz parte de um dos setores e região da base do Sindicato que mais contratam trabalhadores dom deficiência. De acordo a Pesquisa, o setor de autopeças (103,15%) só perde para o de Laminação/ Trefilação (105,3%), quando o assunto é preenchimento da Lei de Cotas.

Já as metalúrgicas da região de Taboão da Serra, em 2019, lideraram o ranking de contratações ao ultrapassarem a cota exigida pela legislação. Elas atingiram 109,4% das contratações. Em seguida estão as fábricas da região de Alphaville, com 94,0%, e Osasco, com 93,3%.

“Não tem distinção na empresa em que eu atuo. Além de praticar a inclusão, ela mostra aos outros que a gente não é apenas um cotista, trabalhamos como qualquer funcionário. Acho que isso [os dados] é importante não só pela inclusão, mas para provar que o cidadão com deficiência também é uma pessoa ativa, não é um coitado na sociedade”, enfatizou Alexsander.

Raio-X da Inclusão

Importante instrumento de análise da inclusão no setor, a Pesquisa revela que, no ano passado, 55,2% das empresas cumpriram integralmente a legislação ou contratavam além do exigido. Por outro lado, 6% desrespeitaram a Lei.

Para Carlos Aparício Clemente, diretor do Sindicato e coordenador do Espaço da Cidadania, o trabalho pela inclusão é diário, e a defesa da Lei de Cotas deve ser permanente.

“A Pesquisa nos permite colocar esta discussão na mesa de negociações anuais do Sindicato com o setor patronal. Ela derruba os mitos e comprova que é possível que qualquer segmento tenha pessoas com deficiências nos seus quadros”.

O estudo indica a concentração de contratação entre as deficiências física e auditiva que juntas representam 73,5% do total de vagas ocupadas em 2019. Neste mesmo período, a somatória das deficiências intelectual e múltipla correspondiam a 4,1%.

“É satisfatório estar aqui no lançamento da a 14ª Pesquisa, que mostra concretamente a importância do papel do Sindicato que, de acordo com a Pesquisa, 96,5 % das vagas previstas pela Lei de Cotas nas fábricas da região estão sendo preenchidas, enquanto, infelizmente, no país temos apenas 50%”, destaca o coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho – SRTb/SP, José Carlos do Carmo (Kal).

José Leite Batista, da Gerência Regional do Trabalho, em Osasco,  também destacou a atuação do Sindicato pela inclusão nas fábricas. “No Brasil,  inclusão da pessoa com deficiência é altíssima relevante e importante. Neste sentido, o Sindicato tem um papel exemplar porque, por meio da conscientização e da negociação, tem incentivado as fábricas da região a cumprir a Lei de Cotas”, enfatizou. 

Mobilização contra os ataques

Durante o encontro, Maria de Fátima e Silva, coordenadora do Programa Coexistir, explicou a criação, a atuação e as conquistas do grupo ColetivAção, que, desde seu surgimento em novembro, tem feito ações para barrar os ataques aos direitos das pessoas com deficiência, como o PL 6159, que prejudica o acesso das pessoas com deficiência ao trabalho.

O encontro foi encerrado pela vice-presidente do Sindicato, Monica Veloso que destacou o apoio permanente da entidade na luta pela inclusão de pessoas com deficiência e reforçou a importância do Março Mulher na luta pelo combate a violência contra as mulheres e pela igualdade de oportunidades.

“Este é um mês de luta para nós mulheres. Que a sociedade brasileira abrace cada vez, não só as questões de gênero – que é parte da justiça social e da democracia-, mas a questão cultural que a gente precisa quebrar. A igualdade só pode de fato se concretizar quando todos nós tivermos a nossa integralidade de cidadania respeitada no mercado de trabalho e em todos os espaços da sociedade. Um bom mês de luta a todos, entendam sempre o nosso Sindicato como um aliado na luta pela inclusão das pessoas com deficiência”, ressaltou Monica.

A divulgação da Pesquisa reuniu, na sede do Sindicato, empresas, trabalhadores com deficiências, dirigentes sindicais, autoridades, especialistas e militantes pela inclusão.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18