Militantes, sindicalistas e ativistas se reuniram na noite desta terça-feira, 22, na sede do Sindicato para o lançamento do livro “Cobrasma – Trajetória de uma Empresa Brasileira”. A obra, de autoria do economista Antônio Carlos Roxo, faz uma análise econômica e política da empresa, desde sua criação até o encerramento da produção.

Com mais de 300 páginas, a publicação é resultado da tese de doutorado apresentada por Roxo ao Programa de Pós-Graduação em História e Economia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (Universidade de São Paulo).

“O livro é importante porque as pessoas precisam conhecer a história. A realidade de hoje é resultado de um passado que precisa ser lembrado”, destaca Roxo.

Presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho, João Joaquim, Antônio Carlos Roxo e Murilo Leal (da esquerda para a direita)

Para o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho), o lançamento do livro acontece em um momento extremamente importante, já que o terreno onde a empresa ficava localizada em Osasco foi arrematada num leilão e o zoneamento foi alterado de área industrial para área mista, fatores que podem colocar mais de 2 mil empregos em risco.

“Este livro mostra a importância de mantermos o parque industrial de Osasco, não só pelos empregos ou pelas indústrias, mas também pela história de Osasco, e nós vamos lutar com unhas e dentes por isso”, enfatizou Ratinho.

Envolvimento com a Ditadura Civil Militar

Murilo Leal, professor doutor da Unifesp e coordenador da Comissão Municipal da Verdade de Osasco, relembrou a Pesquisa, coordenada por ele, que apontou o envolvimento da Cobrasma com a ditadura civil militar.

“O levantamento e as informações compartilhadas pelo Roxo foi extremamente importante para a formação da pesquisa e do documento que apresenta o envolvimento da empresa “, explicou Murilo.

Para ele, a decadência da empresa, iniciada em 1986, não acontece por acaso. “Este livro é a história de uma empresa, mas também é a história de uma nação de uma classe”, destacou.

Durante o encontro, João Joaquim, ex-diretor do Sindicato e ex-trabalhador da Cobrasma, relembrou momentos vividos na empresa, entre eles a greve de 1968. “Tivemos grandes lutas e temos que manter as chamas dessas lutas vivas, em prol da classe trabalhadora”, enfatizou.