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Intervenções no Sindicato são pauta da Comissão da Verdade

Por Auris Sousa | 21 out 2014

As duas intervenções impostas pela ditadura contra o Sindicato estão entre os assuntos a serem abordados pelo ex-diretor do Sindicato Manoel Dias do Nascimento, o Neto, para a subcomissão Entidades Civis da Comissão Municipal da Verdade de Osasco, nesta quarta-feira, 22. O depoimento acontece na Câmara de Vereadores de Osasco, às 15h.

Gabriel Figueiredo depôs sobre intervenção na UEO

Sob a responsabilidade do presidente do Sindicato, Jorge Nazareno, a subcomissão investiga a repressão a organização dos trabalhadores, estudantes e da sociedade civil em geral. Na segunda-feira, 20, o presidente da UEO (União dos Estudantes de Osasco), Gabriel Figueiredo, tratou da organização dos estudantes antes do golpe, a intervenção sofrida pela entidade e sua prisão. “Foi um período extraordinário que foi quebrado com o golpe de 1964”, analisa.

Na quarta-feira, 15, foi a vez da professora Maria Aparecida Baccega. “Antes de tudo sou uma militante, depois sou o resto”. Foi assim que ela se definiu ao iniciar seu depoimento.

Militante do PCB em Osasco, na década de 1960 e diretora da escola Brown Boveri, Baccega chegou a fazer pedágios com alunos e eventos na escola para arrecadar dinheiro para a greve de Osasco, quando várias metalúrgicas pararam contra repressão da ditadura. Era em sua casa que os jornais da greve eram criados.

Lembrou-se que um dos momentos de vitória, antes da greve, foi quando Neto – ex-diretor do Sindicato na época – conquistou um cargo na manutenção. “Digo conquista, porque ser da manutenção o permitia andar por toda fábrica”, explicou.

Pela sua militância, ficou dez dias presa, mas não entregou seus companheiros. “Morreria de apanhar, mas não entregaria o Neto”, ressaltou.

No final, fechou o depoimento com um alerta. “Não estive dentro da fábrica, mas quem esteve por lá tem muito o que falar, porque as coisas por lá foram bravas”.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18