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No Dia Internacional da Igualdade da Mulher, mulheres de destaque na luta dos direitos dos trabalhadores falam sobre a importância da data

Por Auris Sousa | 26 ago 2020

No Dia Internacional da Igualdade da Mulher, marco da luta das mulheres por empoderamento e paridade entre gêneros, comemorado hoje, dia 26 de agosto, o Sindmetal convidou mulheres de destaque na luta pelos direitos da classe trabalhadora, conhecidas por ações em várias frentes, que falaram sobre a importância da data e de seu significado.

“A luta pela igualdade da mulher é uma defesa que toda a sociedade deve fazer. Esta data é de comemoração, mas também de reflexão do quanto ainda temos que avançar. O direito ao voto não nos garantiu a disputa igual, ainda somos a minoria nos cargos eletivos. Nós não temos ainda a visibilidade necessária na estrutura partidária e por isso o voto feminino ainda não é correspondente ao número de eleitoras no país. O caminho é longo, o debate é necessário e precisa atingir todas as camadas da sociedade”, Gleides Sodré, diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.

“Esta data é um marco de muita luta das mulheres por direitos iguais. O direito ao voto é muito importante, e por meio dele podemos e devemos exigir políticas que assegurem a igualdade de gênero. É o que eu busco também com meu trabalho aqui no Sindicato: mais direitos, mais espaços para as mulheres. Esta data também ressalta a importância da representatividade feminina na política, convido vocês a refletir sobre isso, sobre nomear mais mulheres para nos representar”, por Etelvina Guimarães, diretora do Sindicato.

“Mais do que uma homenagem as mulheres, o Dia Internacional da Igualdade Feminina é uma data de reflexão sobre as transformações que ainda devem acontecer para a plena igualdade entre homens e mulheres. Companheiras, junte-se a nós para fortalecermos esta luta”, Creusa de Oliveira, diretora do Sindicato.

“Este 26 de agosto, Dia Internacional da Igualdade da Mulher, coloca uma reflexão profunda para a mulher brasileira. Nas últimas décadas, tivemos avanços e vitórias na luta contra o machismo e o feminicídio, estamos ainda caminhando e precisamos avançar mais. Temos trabalhado muito para reduzir as desigualdades no mercado de trabalho, as desigualdades nas tarefas domésticas, e também para combater os abortos paternos, que são estas 5 milhões de crianças que não têm nome dos pais na certidão de nascimento. Aborto masculino que não é tratado com a mesma violência como quando uma mulher decide fazer um aborto. Enfim, em todas estas lutas a gente teve avanços e vitórias. No entanto, desde a eleição do governo Jair Bolsonaro, a gente tem percebido a importância de vigiar as poucas conquistas que tivemos e de entender que elas não são permanentes. Em resumo, o dia 26, traz nesta situação de pandemia, nesta situação frente ao governo Bolsonaro, a lembrança de que é necessário vigiar as poucas conquistas que tivemos, porque elas não estarão aqui para sempre, elas são voláteis, estão a sabor dos governantes”, Renata Belzunces, economista, cientista social e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico).

“É sempre bom comemorar vitórias e quando pensamos na trajetória de luta das mulheres devemos enxergar quantos desafios foram vencidos. Em nosso país, do direito de cursar faculdade em 1879 a Lei do Feminicídio em 2015.  Muito se fez, mas ainda existe um longo caminho em busca, por exemplo, da igualdade de condições no mercado de trabalho. Comemoramos o Dia Internacional da Igualdade da Mulher no dia 26 de agosto sem esquecer que a luta ainda não acabou”, Maria de Fátima e Silva, militante pela inclusão das pessoas com deficiência e coordenadora do Programa Coexistir

“As lutas do passado são importantes, mas o machismo refaz seus discursos rapidamente, assim como o racismo e o capitalismo. Em um piscar de olhos o retrocesso pode ser gigante. Por uma luta feminista, antirracista e anticapitalista. Só aí atingiremos de fato a igualdade”, por Luciana Kasai, do Movimento Entregadores Antifascistas em São Paulo.

“Esse dia é importantíssimo, porque é resultado de luta. Nesse dia denuncia-se e anuncia-se a situação de desigualdade social, econômica, cultural imposta as mulheres, que são ceifadas de seus direitos, de sua dignidade. É dia de luta! Todos os dias devem ser luta, para que nós, mulheres conquistemos o nosso lugar, que é onde queremos estar”, Cida Lopes, da Frente Brasil Popular. 

Saiba mais sobre a data

O 26 de agosto comemora a aprovação da 19ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que impediu o governo americano de impossibilitar o voto feminino, e instituiu o sufrágio feminino.

No Brasil, inspirada pelo movimento sufragista americano, foi fundada a FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso Feminino), em 1922. As brasileiras conquistaram o direito ao voto dez anos depois, em 1932, mas ainda restrito às mulheres casadas (autorizadas pelo marido) e solteiras com renda própria. Em 1934, as restrições foram eliminadas do Código Eleitoral e, a partir de 1946, o voto feminino tornou-se obrigatório, como já era o masculino.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18