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Força Sindical relaciona tragédia em Taguaí à política de descaso com trabalhadores

Por Auris Sousa | 26 nov 2020

Na quarta-feira, 25, um acidente entre um ônibus e uma carreta tirou a vida de 41 trabalhadores e deixou 10 feridos. A colisão aconteceu num trecho da rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre as cidades de Taguaí e Taquarituba, no interior de São Paulo.

Os trabalhadores haviam partido do bairro Aleixo em Taquarituba e se dirigiam à indústria têxtil Stattus Jeans, onde trabalhavam. Em nota, a Força Sindical relaciona a tragédia à política de descaso com trabalhadores. Descaso escancarado com a reforma trabalhista, com a flexibilização das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança e com o fim do Ministério do Trabalho, que era o principal responsável pela fiscalização nos locais de trabalho.

Tragédia tirou a vida de 41 trabalhadores do setor têxtil

Na nota, a central também se solidariza com as vítimas e exige apurações. O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região também lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares, amigos e colegas das vítimas. 

Leia a íntegra da nota da Força Sindical: 

41 trabalhadores mortos em Taguaí: foi acidente?

Iniciamos esta quarta-feira (25) chocados com a tragédia que matou 41 trabalhadores da indústria têxtil Stattus Jeans, ocorrida por volta das 6h30, no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em Taguaí (SP).

O ônibus que transportava cerca de 50 trabalhadores e invadiu a pista contrária chocando-se com uma carreta de esterco, acumula 11 multas e estava com IPVA, licenciamento e DPVAT atrasados, segundo informou o G1. Mais do que isso, o veículo pertence a uma empresa clandestina, que não tem registro junto à Artesp nem à Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Frente a tais informações, nos perguntamos: foi acidente?

É revoltante constatar que a morte de 41 pessoas, 41 trabalhadores, é resultado, mais uma vez da negligencia de empresas e do poder público. Negligencia que se manifesta aqui na falta de condições adequadas e seguras para o transporte dos funcionários.

E este gravíssimo problema, problema fatal, está inserido em um quadro geral nefasto que é o da reforma trabalhista, da flexibilização das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança e do fim do Ministério do Trabalho, que era o principal responsável pela fiscalização nos locais de trabalho. Um quadro de profundo descaso com o povo brasileiro.

Os trabalhadores da Stattus Jeans pertencem à base do Sindicato dos Têxteis da cidade de Fartura e Região, filiados à Força Sindical. São nossos representados.

Nos solidarizamos, nos colocamos à postos para atendê-los, bem como conclamamos à população local que se solidarize de todas as formas possíveis, como com a doação de sangue, e exigimos a devida apuração dos fatos.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18