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Falta d’água em SP é um problema político, avalia técnico da Sabesp

Por Auris Sousa | 06 fev 2015

O problema da falta de água em São Paulo não é da natureza, tampouco da falta de tecnologia. É político. Essa foi a avaliação que Anderson Guahy, técnico em gestão da Sabesp e diretor do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo), fez ao Visão Trabalhista em Debate, na sexta-feira, 30.

“Problemas técnicos e falta de tecnologia não são. A Sabesp é uma das empresas que mais tem tecnologia, tanto de mercado, tanto de tratamento de água e esgoto. Minha avaliação é que é um problema político”, enfatizou Guahy.

Para ele, a Companhia, com conivência do governo estadual, se voltou cada vez mais para o lucro. “Quando decidiu em 2003, abrir as ações da Sabesp, 49% para Bolsa de Nova York e para Bovesp, tomou-se uma decisão: a água virou mercadoria, vou vendê-la e o que importa é o lucro”, avaliou.

Diante dessa lógica, não se tomou as medidas necessárias para conter a crise. “Estamos há 14 anos sem nenhum investimento em capacitação de água, por exemplo. Isso é uma decisão política dos governadores”, denunciou o técnico.

Redução da água – A Sabesp finalmente passou a disponibilizar em seu site a agenda de redução da pressão da água. “Há um ano isso já era feito. Nos locais aonde as pessoas têm mais dinheiro, mais contato, se reduzia 10% da pressão. Na periferia a redução era de 80%”, conta Guahy.  Clique aqui e saiba quando acontecerá a redução em seu bairro.

Agora com informação, a população pode se preparar. “Quem tem mais poder aquisitivo tem uma caixa d’água de 5 metros cúbicos, de 6 metros cúbicos, logo tem mais espaço para armazenar água. Quem tem menos, às vezes não tem espaço na laje ou não tem dinheiro para comprar caixa d’água”, alertou o técnico.

Para enfrentar a crise, ele orienta: “Uso consciente da água. Mas principalmente cobrar, tanto da secretaria de recursos hídricos, como do governador do estado, que tomem as ações no período certo”. Outra forma de tentar amenizar a crise é evitar que as indústrias continuem utilizando água potável na produção.

Assista ao programa na íntegra:

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18