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Excesso de calor prejudica trabalhadores; Sindicato cobra atenção das empresas

Por Auris Sousa | 13 out 2020

O calorão dos últimos dias tem preocupado o Sindicato. Isto porque a temperatura nas alturas castiga ainda mais os companheiros dentro das fábricas. Em boa parte delas, a reclamação é geral: a falta de sistemas eficientes de ventilação e exaustores coloca os trabalhadores em condições quase insuportáveis.

Com as altas temperaturas, fábricas viram fornos

“Tem ar condicionado, mas não dá conta da fábrica toda. Toda hora a gente tem que ir ao bebedouro, para aguentar trabalhar”, disse um companheiro da Altra. Outro se aproxima e opina: “tem que instalar exaustor para ajudar”.

Mas o trabalhador não é obrigado a aguentar esta situação. “A empresa tem que garantir conforto térmico para os trabalhadores. Se não tomar medidas necessárias, tem que pagar insalubridade”, alerta o diretor Alex da Força.

A NR-15 (Norma Regulamentadora), Anexo 3, estabelece limites de tolerância para exposição ao calor, que deve ser avaliada a partir do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo), capaz de identificar a exposição do trabalhador ao calor local. Mas nem é preciso termômetro para sentir o forno que a fábrica vira.

Fiscalização – José Leite Batista, gerente da Gerência Regional do Trabalho, em Osasco, explica que se os trabalhadores estiverem se queixando do calor, é porque os equipamentos existentes não estão sendo suficientes. “Pode ser objeto de denúncia à fiscalização do trabalho e pode se tratar, inclusive, de questões ligadas a insalubridade”, disse.

Para Batista, o ideal é a empresa negociar e criar soluções junto do Sindicato. “A entidade sindical tem interesse em tornar o local de trabalho seguro ao trabalhador, e tem todo direito de cobrar isso. Cabe a empresa se comprometer com suas responsabilidades, caso contrário poderá ser objeto de denuncia e fiscalização”, explica.

Consequências e Soluções

Além da falta de disposição para trabalhar, o calor excessivo e a sobrecarga térmica pode provar uma série de problemas para a saúde, como a desidratação, insolação e problemas respiratórios. Por isso, é muito importante que cipeiros, técnicos de segurança e demais trabalhadores pressionem para que a empresa proporcione um ambiente de trabalho adequado.

A Cipa pode fazer o mapeamento das áreas para que sejam identificados os pontos de calor e propor soluções. Entre elas: o fornecimento de água fresca e potável; estipular período de descanso, conforme a NR-15; propor instalação de sistema de ventilação; a troca dos uniformes por modelos mais leves no período de calor. Vale até adotar o uso de bermudas (onde for ergonomicamente permitido)

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18